E ali está. Pende para um lado com o vento que bate, Murcha, quase morta, seca como a terra, Áspera como a mão idosa do sábio, Que não sabe de nada. Ali está Na espera Na demora Na lentidão das horas (Que nunca passam). Um jardineiro infiel Plantou a semente com tanta precisão Cavou fundo fundo, com cuidados expressos E fugiu para não viver mais sua solidão, Partiu em dois sua visão. Ali está, Pende para um lado e para o outro Largada com desprezo insólito Para o vento que bate e nunca cessa. A flor tratada com pressa. Que não sabe se morre Que não sabe se espera. E enquanto espera, escorre...