Pular para o conteúdo principal

Postagens

Identidade

Como é dele o mundo do poeta. Pinga como chuva no pantanal:         Dez gotas de salivas efervescidas      Dez contos sobre meninos de rua      Um comentário sobre a beleza da lua... Igual da Vincis e Michelangelos, Dali sai alguma poesia. Nesse mundo Nasce o que se quer nascer, Colhe o que se quer colher, Bebe o que se quer beber, E não há coração para mexer.

A Decente Mentira

Olhar para trás Não passa De olhar pra trás. Olhar para o passado Impossível. Olhamos para nós mesmos Cujo passado se remonta Nas memórias de quem quiser. A história mais bonita é a história que bem me quer.

Giselle

 G-Graça, beleza pueril nos olhos que te vêem, I-Inteligência nobre, a alucinação do além. S-Santidade és, no espírito abençoado. E-E eu aqui, a poetar com liras, às pétalas de teu seio. L-Leves veludosos passos da tua leveza L-Lascivos lábios grossos da tua pureza E-E tu aqui a poetar com liras, ao coração despedaçado.

Love Story

 Após o último frame rodado Enquanto a tela ainda exibia o Staff Jennifer da Silva enxugava as lágrimas,  e lamentava o final indignável de Rose Bukater.  Que estrondo de lágrimas incontestáveis! Nem quis escutar,  Com tanto pranto e emoção,  Que logo ali na esquina fria da rua tupiniquim,  Um pretinho chorava também.

Cantus Laetus

 I - Opus Dei No princípio era tudo um abismo escuro Deus deu ordem à desordem E a ordem deu margem à desordem E começou o que nunca começou, o que nunca terminou. Ele não sabia Ele sabia Talvez Ele soubesse, teria esperado. II - Opus Gisellae No princípio tudo era um abismo escuro Giselle não gostava disso... Fez do escuro preto, cinza Do cinza, foi o primeiro dia e o marrom Do marrom fez um lilás e do lilás um doce Rosa, e aprendeu. No Rosa se descobriu no vermelho, cresceu dez anos e                       [adormeceu. Do vermelho fez o laranja e daí o alegre amarelo. Do amarelo veio o verde, e aí parou. III - Amiticia et diligentia dictorum Transformou a enfermidade em esperança Trasformou nossa desgraça em bela dança Fez da existência uma dor mais colorida Trouxe a arrogância à epigenesis da vida. Por mais que o riacho corra dando adeus às suas águas Deixando-me na alma uma sombra, triste mágoa Por mais que as flores murchem mergulhando-me em tristeza Desisto desta vida, dando à vid

Diálogo Parlamentar

 Enquanto havia calmaria nas docas tributárias Pássaros incrementando jingles partidários Meninos hasteando bandeiras de plásticos eleitorais - Viva o País, viva Schummacher, Viva Pelé! Mulheres bolinando a mente às cenas das telenovelas ao som da espuma do sabão de pedra Homens de calos nas mãos contando os feitos do deputado Dr. Fulano de Tal. - O dotô trabalha, é honesto - Meu minino indo num sabe lê.. Enquanto isso, acontecia o diálogo parlamentar. - O senador Doutor Fulano de Tal quer tratar do empréstimo partidário? - Mas e as movimentações públicas deputado? - Estão falindo o restaurante La Indignate. - Então temos de fazer algo, em nome da democracia nacional. - Senhoras e Senhores! Anuncia o anfitrião de picadeiro: Aqui estão as inacreditáveis Inigualáveis Incríveis Notícias da nação!

Prelúdio Urbano

I.Moderato Tarde de Sol escaldante no bairro Um casal se prostra à beira da porta O Gato se entrelaça aos pés da moça O cão do moço, dorme, escondido e envelhecido,          Quase morto atrás da porta. Estendem-se muros velhos, Onde as crianças brincam de esconder; Ninguém sabe onde se encontra ninguém. Estendem-se trepadeiras secas e cadavéricas, Onde deveriam estar ramalhetes. As donzelas já não são mais donzelas E o amor põe-se a chorar no coração dos moços Dando lugar a notícia. Os sinos das Igrejas tocam descompassados Só vejo agora, anjos feitos de papel, flores de plástico DEUS À BEIRA DO PENHASCO E o nosso desejo acima de qualquer suspeita. II. Allegro non troppo No meio do terreno baldio,  De onde se ouvia o prelúdio urbano Havia um homem comendo micróbios.  De trás da sucata,  Um menino o comia com os olhos. No meio da avenida um amor perdido De onde se ouvia o prelúdio urbano. Um coração dilacerado e sangue pra todo lado Ai, e aquelas exclamações apocalípticas que matam... M