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E vai soltando...

Eu comecei este blog sem saber o que seria dele. Comecei tentando atingir uma pessoa por quem eu estava apaixonado com as minhas palavras. Então comecei o blog com um objetivo egoísta, íntimo. Teria sido melhor se eu tivesse escrito cartas, afinal, aqueles textos do início não fazem o menor sentido para quem lê, só para mim. Depois disso convidei algumas pessoas para participar. Cada uma com a sua concepção particular do que é a vida, uns participando mais, outros participando menos, mas ainda algo íntimo. Acabou por se tornar um diário coletivo. Por muito tempo pensei em encerrar o blog, por não conseguir ver sentido nos meus textos. De certa forma isso me causou angústia, porque eu gosto dos meus textos. Também outro motivo que me fez querer encerrar é a falta de público para ler, mas eu não sei. Não sei quantas pessoas passam por aqui. Nem todos que vem aqui deixam comentários ou querem expor publicamente as impressões que eu causo. De certa forma isso é ruim para mim, porque eu

Tudo bem amor, está tudo bem

Eu vou permanecer aqui no meu canto roído da cama. Ficarei imune a mim mesma, moldando no colchão o formato do meu corpo, enquanto espero por ti, completamente sólida. Permanecerei muda e estática, sem expressão de desapreço, sem desgosto pela vida ou pela morte, apenas esperando. Tudo bem meu amor, está tudo bem. Não vou confundir a generosidade com algo maior, pois generosidade é apenas o agradecimento pela minha existência. Meu coração é frágil e temperadamente necessitado, mas esforça-se para não ver as coisas que mais deseja; esforça-se para não fazer de si mesmo a sua própria armadilha, que é um charco de lágrimas dolorosas e uma angústia silenciosa de apenas aceitar generosidade. Apenas uma generosidade mansa e cálida, que resume a alegria dos meus dias no esticar dos seus lábios, desenhando um sorriso que é típico de você. Dormirei mansa, sóbria, estagnada, esquecendo-me completamente de que é o ar que me dá vida; queimando meus ombros no roçar e rolar interminável

Frase VIII

Porque eu mesmo não criei aforismos: "Os sábios preveem o futuro, os loucos escrevem no muro" (Raul Seixas) "Os sábios preveem o futuro, os loucos escrevem no muro" (Cazuza) "Os sábios preveem o futuro, os loucos escrevem no muro" (Bob Marley) "Os sábios preveem o futuro, os loucos escrevem no muro" (Kurt Colbain) "Os sábios preveem o futuro, os loucos escrevem no muro" (..... .....)

Estrela de Cinco Pontas - II

II‌ ‌ Dentre‌ ‌as‌ ‌névoas‌ ‌do‌ ‌monte‌ ‌isolado‌ ‌ Reflito‌ ‌a‌ ‌sabedoria‌ ‌universal‌ ‌ Ou‌ ‌simplesmente‌ ‌deito‌ ‌e‌ ‌cortejo‌ ‌ Aquilo‌ ‌que‌ ‌me‌ ‌traz‌ ‌o‌ ‌bem‌ ‌e‌ ‌o‌ ‌mal.‌ ‌ Porém‌ ‌o‌ ‌meu‌ ‌caminho‌ ‌só‌ ‌escolho‌ ‌ Naquele‌ ‌que‌ ‌também‌ ‌escolhes‌ ‌qual.‌ ‌  ‌ I‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌o‌ ‌conforto‌ ‌da‌ ‌minha‌ ‌alma‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌a‌ ‌pura‌ ‌luz,‌ ‌a‌ ‌nobre‌ ‌calma.‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌a‌ ‌invenção‌ ‌da‌ ‌amizade‌ ‌ Da‌ ‌solidão‌ ‌cruel‌ ‌em‌ ‌tenra‌ ‌idade.‌ ‌ Aquela‌ ‌que‌ ‌me‌ ‌adequa‌ ‌à‌ ‌ingratidão‌ ‌ De‌ ‌não‌ ‌colher‌ ‌a‌ ‌vera‌ ‌realidade.‌ ‌  ‌ II‌ ‌ Reais‌ ‌são‌ ‌tuas‌ ‌falas‌ ‌e‌ ‌olhares‌ ‌ A‌ ‌chuva‌ ‌que‌ ‌te‌ ‌molha,‌ ‌a‌ ‌vaidade.‌ ‌ É‌ ‌tão‌ ‌real‌ ‌a‌ ‌tua‌ ‌criação‌ ‌ Teu‌ ‌doce‌ ‌mundo‌ ‌de‌ ‌imaginação.‌ ‌ E‌ ‌dele‌ ‌faço‌ ‌parte‌ ‌com‌ ‌prazer‌ ‌ Se‌ ‌é‌ ‌feliz‌ ‌pra‌ ‌ti,‌ ‌assim‌ ‌vou‌ ‌ser.‌ ‌  ‌ I‌ ‌ Concebes‌ ‌como‌ ‌serva‌ ‌meus‌ ‌desejos‌ ‌ Mas‌ ‌invés‌ ‌de‌ ‌alegria‌ ‌eu‌ ‌só‌ ‌vejo‌ ‌ Uma‌ ‌intensa‌ ‌fuga‌ ‌e‌ ‌covardia.‌ ‌  ‌ II‌ ‌ Que‌ ‌seja‌ ‌eu‌ ‌c

Estrela de Cinco Pontas - V

Estrela de Cinco Pontas V - 26/02/2009 I Jaz ao longe, o barco da fé Parado sobre a calmaria do mar do Éden. Quem ali reside, sem nada questionar? Quem ali se entrega, e a tudo renuncia? É vida em abundância ou sólida bacia? V Ali está o homem que tudo sente e nada vê É o homem que fielmente no Homem crê Este é o homem sábio e conduzido Sem ferida imunda e sem cicatriz mundana É o homem que em trapos está rico. I Mas rico ele está na sua pobreza? É pobre o que lhe falta de nobreza? V É nobre o que lhe sobra de certeza! I Mas certo ele está que está sozinho? V Não estás só, É como um livre e solto passarinho. Sem garras que o atem a este ninho Está seguro e firme em sua dor; Porém com grande afinco e ardor Está ainda mais seguro da sua cura. É um homem pobre, rico de alma pura. I Por que então ali não posso estar? Estou decerto em nuvens velejando. Mas em nuvens a certeza está vagando. O Deus me dá o Sim e dá

Estrela de Cinco Pontas - IV

IV Pelo sóbrio vestido de mulher Estive em poucas vias desta vida Vivi toda esta vida como quer Colhi o fruto nobre da amargura. I Bem sei o que me dizes ó amiga! Está com um pé na cova de ardores Curando como pode a ferida Que dói em sal, arbusto, veste e flores. IV Não doi apenas flores e arbusto Dói a existência sem sentido Dói a eminência do vestido Que veste e tapa tudo como augusto. I Pois ponha sobre a minha a tua mão Carrego como a ti, a pedra imensa De viver atrás do sim, mas ter o não Comer de insosso arroz pensando intensa. IV Agora muito bem sei como estou Pensava estar sozinha nessa dor Mas vejo que em ti eu muito sou No peito a mesma que eu tu tens a flor. I A flor está em mim e está em ti Sou tua alma pobre como és A minha alma rica que és aqui Você sou eu da fronte ao tronco e pés. ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~ Autores: Matheus Vieira - I Isabelle La Fleur - IV

A Incurável Ferida na Alma

O escultor no eremita abrigo Tem no silêncio da sua obra Seu único e sincero amigo. A nota voa triste e vã Do violão de um barraco Sem a certeza do amanhã. Há o poeta com seus versos Conversa só em sua pensão Diálogos secos, frios, dispersos. Com três pincéis em certo mangue O artista pinta o céu e o chão De tinta suja, suada e sangue. A dor eterna da arte nobre Não nasce em palco acadêmico Não é comprada em prata ou cobre. E não há saldo de alegria Pra tal intento involuntário Que punge sua alma todo dia. É uma dor de existência Buscar o lado diferente Sempre tentando a clemência. E então após a rejeição Do mesmo hipócrita que ria Adora-te hoje exaltação.

Risco de Vida

Olhar de Pedra Pede pra parar. Parar meu vício de parar o mundo Quando eu te olhar. Pedra de risco Risco de olhar. Risco de uma vida quando paro a vida Para te riscar Para-te vivo Vivo a te pensar Penso que presente olhos vidrados Quando te está. Vidro que quebra Pedra de quebrar. Risca a minha vida com cuidado Quando já estou lá.