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O Meu Eterno Amanhecer

Paixão paixão... resistiu ao tempo. Possivelmente. É difícil falar desse tema tão delicado entende? Você entende. Foram tantas reviravoltas, tantas idas e vindas, tantas! Pois sabemos. Procuramos o que? Procuramos pelo que? Procuramos por quem? Pensar em você era quase regra, quase porque eu também pensava na minha vida, nas minhas coisas, pensava na minha dor. Como era doloroso, como doía meu Deus! Doía pra cacete! Tentava não me perder entre as páginas de um livro e de outro livro, e entre as pernas de uma e outra imaginação pendente. Pois é, era difícil imaginar. Eternamente amanhecendo com uma lembrança, com um desejo, com uma esperança das coisas acontecendo, duas vidas tão distantes, paralelas, para elas, vivenciando as coisas como se fossem ondas nos levando, sem pensar, sem oferecer resistência, sem esperar que algo nos parasse, mas sabendo no fundo que não era bem assim. Não era bem assim. Eu prefiro não pensar, não é pra pensar, é complicado, é estranho, é difícil, não

Música

Este final de semana o projeto que criei e onde eu toco participou do Festival de Música do Jardim Ângela, ou Jardim Ângela Music Festival, como preferirem. Foi empolgante de certa forma participar do festival, ver o nome de um projeto meu sendo mencionado por outras pessoas, tendo repercussão na internet (embora que ínfima, mas teve), e saber que ao menos algumas pessoas gostaram. Estivemos de certa forma desfalcados, o nosso baterista teve um grave problema familiar e não pode comparecer, então encaremos apenas o Júnior e eu. Tivemos coragem em tocar o Samba da Inês e o mantra Kali Kali sem acompanhamento de percussão, o que deixou a música de certa forma insôssa. Depois de um tempo tocando com o Fábio, eu não consigo imaginar as músicas com outras pessoas. Podem conferir algumas no meu outro blog: www.calangotrio.blogspot.com Não passamos na segunda eliminatória, ainda não sabemos os pontos das nossas falhas. E eu fiquei desapontado a princípio. Mas depois de pensar muito,

Perene Melancolia

Você já percebeu como às vezes a nossa vida ocidental nos cobra demais para vivermos? Já percebeu que tentamos chegar a um consenso, embora muito mais nos deixemos arrastar pelas companhias, acontecimentos, momentos, sem pensar muito sobre tudo o que está acontecendo? Como se a vida não estivesse sendo vivida, mas, situações sendo despejadas, uma após outra, no nosso colo, descontroladamente, semelhante a um caminhão que descarrega a sua carga sobre nós, que, em nossa miúda fraqueza, resta-nos sufocar? Não importa o que façam para melhorá-lo, o mundo é cruel e implacável. Ele não espera. Estamos todos indo, eternamente até que a morte nos separe desta obrigação inconsciente. Vamos caminhando, como loucos ao encontro de nada. Quem é que nos joga nesse penhasco onde não conseguimos enxergar o chão? Quem é que nos atira do céu, sem pára-quedas, para quando quedamos, sentimos com tanta intensidade no nosso espírito que nos faz menores, pequeninos e indefesos diante de tamanhas tantas

Através do Espelho e o que vi Lá

Poemas perdem o sentido com o passar dos tempos. Perdem o sentido para quem escreveu, pouco depois para quem leu, e pouco depois perdem o sentido no seu contexto. Nada mais natural. Eis uma prova não empírica de que as coisas realmente se transformam... e ao mesmo tempo não! Um poema escrito há cinco séculos pode conversar diretamente com os meus sentimentos atuais. As pessoas são todas iguais em essência, o que muda é a personalidade. Somos iguais, mas é perigoso encontrar vasta semelhança entre nossos semelhantes, porque todos nós sentimos a necessidade de ter identidade. Em um papo com minha irmã esta noite, ela se queixou de que esse mundo está muito igual. Estamos perdendo o assunto, perdendo a direção. Aliás, parece não existir mais direção. Seria como se já houvéssemos alcançado algum certo limite, despejamos tudo isso no chão tal como um vasto mar, e agora estamos nadando desorientados sobre ele, tentando continuar, seguir adiante. Mas e se não houver mais para onde seguir? J

O Relógio Errado

Este é, seguramente, um dos meus primeiros poemas. Fala de relógios mesmo, do passar do tempo descompassado e desmedido. Ou que não se mede, não se aplica à nossa ciência, mas à nossa consciência, ou semiconsciência, ou seja lá como queiramos chamar as coisas. Para tudo o quisermos dar nome, ainda existem coisas que fogem ao nosso controle. O tempo é uma delas. O que nos mantém sob controle está no mais profundo do nosso ser. Este é um dos meus primeiros poemas, e já não importa em qual época ele foi escrito, mas se ele ainda faz sentido. O Relógio Errado Tic, Tac, Tic, Tac Assim vai o relógio Assim vai o tempo Atropelando tudo: O homem, A mulher, A criança. O cachorro, gato, rato O homem e a mulher. Tudo se vai a Lua se vai, o Sol se vai, o Dia... E eu estou aqui! Ou será que estou lá? Às vezes estou aqui, às vezes estou lá Às vezes nem estou! E às vezes não estou sozinho!

Recomeço

Este blog completa 2 anos de existência, pelo menos o do domínio www.cinqbranches.blogspot.com . Depois de alguma reviravolta interna eu me permiti reabrí-lo, mas desta vez, definitivamente, com uma abordagem mais sincera e direta. Qual a finalidade dele? A mais simples possível: falar de mim mesmo. Parece egocentrismo ou narcisismo, mas um certo poeta certa vez me disse que escrever poesias é como se olhar no espelho. Acho que era algo assim. O poeta que me disse isso é um grande amigo meu, o Júnior/Boneca/Jayanta Alves. Depois de um tempo refletindo, acredito que já atingi um grau de maturidade suficiente para poder falar de mim mesmo sem parecer vítima ou sem querer por a culpa nos outros. Geralmente é assim que acontece, porque é mais difícil aceitar os próprios erros. As coisas simples parecem tão banais, mas se pensadas, vemos o quão fundamentais são, e quão mais problemáticas ainda se tornam quando as esquecemos. Por isso retorno tratando das coisas simples. Eu queria e senti

Minha benção na Primeira Missa

E quando tudo acabar No fim da festa um sorriso fugaz Pelo menos. E encara com um desolhar estranho Ao olhar pra traz E querer ter o álcool E alimentar a alegria E desejar estar no lugar De todas as desgraças dos outros, Acreditando que não terei apocalipse Quando abrir a porta de casa. Para quando chegar Cambalear pelas paredes sinuosas E atirar-me incólume à cama E abraçar os travesseiros Conforme meus únicos consolos E me esquecer de que não fui ninguém Enquanto alguém tentava ter O que só a mim pertence.

Yervante

O chão é de pedra Mas a cama é de algodão. O grito é de guerra Mas também é de paixão. Os olhos um dia se perderam Procurando por coisas que não sei Se houveram amores Tu amaste e eu amei. E se houveram dores Também chorastes como chorei. E se houve saudade Que lá atrás eu já deixei (Na memória inevitável) O futuro há de ser mais memorável E as alegrias hão de ser mais brandas. E se houve passado, choro e amor, Já hoje eu já não sei. Mas por hoje posso dizer: Por tudo passarei Por tudo chorarei Por ti Por tudo Amarei.

A Máquina

A Máquina que o Homem inventou Jamais poderia contar Que há homens ainda crianças Que como as máquinas não contam Com o homem que a máquina inventou.

Imagine

Que a vida que pensei ter tido Era a vida que queria ter E que tudo que imaginei ter sido Era a imagem do meu imago ser. No limiar do ser e não viver Do vivo sem me ater As imagens são sem eu querer Imagino os mil mundos sem meu ser Tudo que é sempre irá permanecer. Nego o mundo que nos dói Com razão de convencer Que real é aquilo que eu planto Enquanto imagino o que não há de florescer. Flores às imagens mortas Às pinturas tortas e sem rumo E às poesias embrigadas de perfume! O real do mundo é açude com cardume. Mas ora... uma porta.