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Tua fonte de vida Como um botão cor de rosa Que com o frescor do líquido orvalho Contorce e desabrocha Reina sóbrio, condição grotesca Flutua sobre seu estado cônscio Ali jaz, pesaroso em fragosidade No limiar da suave ignorância O espírito lança o seu olhar avante E encontra Aquela aura perdida Multi formas O vultuoso fluxo do pesar A crueldade divina E sua diversão Desse vil ocultador: O que fica perante o abismo é sábio Apavora e fascina Mas o que há lá embaixo? Não há pedra que sua base alcance E se o grito por acaso se aventura Perde-se num eco reboante.

Que Seja

E se for por nós, quem será contra nós? Senão todos os que não nos vêem! Esteja agora, neste eterno presente Neste momento etéreo Ou nada mais do que ente Venha pela rima fácil Ou pela dor da perdição E escolhe o teu caminho como escolhe ser no mundo Mas venha, não só, não apenas Acompanhada enquanto estamos Mãos em mãos. Venha em plena, forte, corajosa intenção. Pois enquanto é assim Será, Simples como pode ser Sem de verdade pra onde saber. E que seja! Não derrubarão nossos sonhos Não destruirão nosso direito De ser direito Ou esquerdo Ou centro Ou laranja. E se for por nós, quem será contra nós? Senão todos os que não nos vêem! E não nos sabem! E não nos querem! E fingem que nos querem! E fingem que nos fingem! E querem nos fingir! Vamos fugir? Nem quando o deserto seque Ou a Lua caia! Sejamos, apenas. Escolha por si só, como bem esperaria Desta paleta despojada e mutante Que é o mundo como queira, como queira. Pois sendo um ou sendo doi
Ser uma pessoa amarga e infeliz não significa necessariamente eternidade. O idealismo da vida moderna: fuja da tristeza e agarre a felicidade. Ambas são coisas efêmeras e em nada tem a ver com aquilo que é muito mais importante que as duas: o equilíbrio interior. O problema da escrita, ou da palavra, é que ela fica. Se você se despedir com sorriso ou com lágrimas, é a última imagem que vai ficar, tudo porque temos preguiça de pensar um pouco além, tudo porque o que mais vale é a impressão que causam em nós, e não a impressão que poderíamos ter deixado no outro. Ter senso crítico e ser amargo não tem relação alguma e nunca teve. Mas ter senso crítico e sentir amargor pelo que te despertou a realidade é só um sinal de que você é humano, e de que você sente dor. Isso é um sinal ainda mais positivo, o de que você tem empatia e sofre porque o seu semelhante também sofre (até certo ponto). Ou isso pode ser um indício também de que na verdade o seu senso crítico está todo distorc

De Humano pra Humano

Sou egocêntrico, narcisista, niilista, e recentemente me descobri perplexamente individualista e indiferente. Não consigo sentir todas estas coisas sem aquele misto de culpa e liberdade, aquela sensação fresca na alma de que você não precisa responder a nada, ao mesmo tempo em que você se vê como ser inserido em sociedade e por causa disso responsável por tudo o que o cerca. Bem, essa é a condição de ser humano em um tempo em que estamos quase à beira da extinção de tudo. Nossa tradição está totalmente corrompida e talvez seja essa a maior de todas as crises que eu e todos os humanos estejamos vivendo, porque não sabemos pra onde seguir. Estávamos errados até pouco tempo atrás e agora estamos em busca de um desesperado motivo pra viver. Minhas palavras são só um fluxo de pensamento e não precisam estar coerentes ou conectadas, mas eu tenho educação amigo, então eu justifico dessa forma. Hoje cedo estava conversando com uma amiga sobre uma brincadeira de rede social, em que vocÊ

Alma

Alma Obscura entidade Profunda caverna da leviana crueldade E que tudo dentro de mim habita Alma infringida Corruptela da esfinge Finge que me existe Quando vale mais simples deitar-se na praia E ser levado pela onda do vazio. Alma de obscuridade Alma torpe e frívola Saliente na incerteza O que te sobra além de uma vazia opinião? Sua beleza no espelho Sua beleza na rua Sua insistente beleza em qualquer lugar Não ultrapassa além do instante Por que apostar tudo no restante Momento que te sobra do vaguear incessante? Na falta de um motivo uma religião Na falta de objetivo, uma nova intenção Mas olhe em volta amigo Você está sozinho Como só está a presa do Leão. Meu apartamento Vazio e triste Como a vida de um elevador Sombrio como a falta do que viver Olho tudo daqui de cima Mas não estou acima de nada Elevador Vazio e triste Como um abandonado acampamento em riste Cada alma silenciosa É uma alma preste à ebulição Cada olhar silencioso É um epílo
Não vejo países de tal forma Vejo uma mentira insistente E onde há países há ideias Ideias de más formas consistentes. E onde há ideias há verdades Verdadeiramentes. É uma brincadeira de criança Que todo dia deixa de levantar da cama Numa caixinha há o sangue derramado Dos que não entenderam bem as regras E morreram sem pedir licença. Países, A conveniência dos que jamais foram vencidos Convencidos. Valem-se Convalescidos.

Freya

Eis um corpo semi vivo esparramado na cama Ou uma cama sustentando um corpo semi vivo Da preguiça suprema até o desejo sombrio de apagar a luz Quanto tempo leva não se sabe E é a dúvida, a dúvida do que se entra lá ou cá... Então se deixa embalar nessa brisa fria Do sono cansado dos convalescidos. A nuvem é só nuvem A flor é só flor O chão é só chão E o céu é só céu Todo o resto fica preso no sono E é a dúvida Para a decepção dos desesperados Que se espera. E é só espera E só se espera por ela chegar.

Glassworks

Se flutuasse uma pedra Nessa água imensa Como as coisas se diriam? Se cortasse a árvore Com tronco, galho e tudo Mas ela não caísse Como explicaria? Se o vento que ventasse furioso Não movesse nada Ou se todas as coisas na verdade É que movessem o vento? E se o gosto de tudo Fosse do gosto do nada? E se a interrogação Não fosse interrogação Mas pura exclamação De uma simples insatisfação? E se o simples fosse Tão simples ou mais pudera Que fosse tão complicado Que seria simples de se explicar? E se o menino que não sabe nada Soubesse mais do que o necessário Do que é necessário ser sabido? E se nada se formasse Desse nada? E se todo movimento Não tivesse direção Ou toda direção Não tivesse caminho Ou se todo caminho Fosse puro, transparente E sem movimento? E se toda alma fosse cética E todo ceticismo tivesse a fé De que cada alma é como uma pedra Que flutua sobre água E que não se explica E q