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Nirbharatã (Ketergantungan)

A Luz cálida encarece a escuridão
O que seria do descanso se não fossem as andanças?
E o que é desespero sem a esperança?

Nuvem branca, flutua sobre os oceanos dos céus
Escondem de mim mistérios e enigmas sem resposta.
Eu sou um mistério, não tenho janela, nem porta.
Não tenho começo nem fim
Sou uma constante, numa faixa, duma linha, dum ponto, dum caminho
                                                  [que não começa e nem termina.

Cálida luz, clássica benfazeja, tudo reproduz.
Sou menina, sou menino
Não sou nada nem ninguém
Sou a bruma da espuma de quando tocam o sino
Planta verde com cheiro de mata de alumínio.

Orvalho cai na terra
Nasce uma planta, flor de lótus, for de luz, luze tochas, acende a vida
O que seria da luz se não houvesse escuridão?
O que seria da incerteza não fosse a solidão?
O que seria certa nada seria então.
Olho para o céu e não vejo o universo parar
Para perguntar por que.

Por que seria algo se houvesse a resposta e a solução?

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