Deidade minha senhora, sempre em chama,
Tua boca ampla macia leva ao chão.
Rubro ímã, fordil de que reclama,
Se ajoelha, perco-te em oração.
Lábio que já até abate impérios,
Arbusto estandarte de querer,
Contemplo no espelho, mil mistérios
Deseja o outro, roga-te a sofrer.
Oh fidalga autora que devasta,
Tenra rubra, perde-se e implora,
Beija, agarra, fissura nefasta
Hecatombe quente que aflora.
Abre, descativa: eu me rendo,
Aparta-me, sou só a pele e o som.
Que venha a seiva, o toque, o alento,
Que não há além altar deste teu dom.
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