Pular para o conteúdo principal

Andai-me Vida

Acordei cansado de querer ser subjetivo
Por isso isto não passará de um poema
Por isto eu faço aqui um desabafo
Eu respiro em baixo e silvo agudamente
Que a todas as idéias da cabeça eu uso repelente
E uma vez que já tenho o meu motivo atônito
Eu descortino minha angústia pelo meu olhar

Oh povo meu ferido que pensa em melhora
E fala com modéstia merolhar
Mero olhar de esperança cansa o meu espírito
Não muda-se o mudo que não aprende a falar
Então esqueça-se o mundo decaindo-se em desastres
O picadeiro da arrogância se arroja-se em constrates.

Eles lá em cima
De lá dos seus camarotes vermelhos
Dos seus vermelhos e luxuosos camarotes
Dos camarotes vermelhos e luxuosos aos nossos olhos,
Eles riem de nós.

Nós tentamos fazer cultura
Eles riem de nós
Nós tentamos definir cultura
Eles riem de nós
Eles riem dos nossos poetas
Eles riem da nossa humilde música
Das nossas casas
Uma a uma como tijolos
De uma grande e imponente fortaleza
Que não fortalece a nada!
Eles riem de nós

Eles riem das nossas parcas defesas
Eles riem das nossas destrezas.

Eles riem quando damos um salto
O que pareceria resultado do esforço
Parecerá um sagüi em espetáculo risível.

Dessa nossa vontade ser
E de estar
E do ser ou não ser
Eles riem de nós.

Eles riem dos nossos versos
Eles riem da nossa música alta
Eles riem do nosso Deus
E do nosso adeus
E dos nossos ateus.

Se Deus ou não terei fé para compreender amanhã ou não se Deus

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Erospectro

Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição. 

Tua Palavra

Palavras como fios E teus dedos costurando Um caloroso manto Para minha sombria alma. Palavras, que como pão Desta tua fome tão antiga Onde cada sílaba que canta Vira a ceia da minha calma. Palavras, como tuas mãos Que quando escreves meu nome Eu sinto O calor do teu gentil enlaço. Palavras como a brisa A brisa que a mim veio  No alívio das noites infernais Na doçura dos teus braços. E se ousa um dia duvidar Da força daquilo que escreve Lembra: O mundo que é só trevas A vida que era nada Tudo começou, até amor Pela Palavra.

Sacrum Putridaeque

  sacrum putridaeque "Animae exspirant, redire nolentes... Sed redeunt in sudore, dolore et metu, formam suam relinquentes." ✝ Invocatio Sacroputrida: Vox Ultima Ex Reliquiis ✝ Substância em ardência Como que em condenação Ao inferno da tua ausência. De seu cílio cai o lastro Da aurora poma aberta Afligida ao omisso mastro. Minha boca sente a míngua Pela privação do tato Da oração com tua língua. Numa parte sem ritual E eu aqui que só me encontro Do meu gozo sepulcral O meu tédio, meu remanso Invocatio sacroputrida Sem perdão e sem descanso! Ora em mim sem castidade Faz-me diário do teu ímpeto, Sem decência ou piedade! ================================================== Invocatio Sacroputrida: Vox Ultima Ex Reliquiis Substantia in ardore Quasi damnationis Ad infernum absentiae tuae. De cilio eius cadit onus Aurorae pomum apertum Afflictum ad mastum neglectum. Os meum sentit inopia Privatione tactus Orationis cum lingua tua. In parte sine ritu Et ego hic solus invenior Gaudii m...