O bem e o mal existem. Se são entidades ou não, isso é individual. Se há no conceito de preservação da vida algo que não condiz com o universo é a desordem. O universo é o oposto do caos, ele tende à organização, ao equilíbrio, e assim é tudo o que lhe compõe. Nenhuma vida resiste ao desequilíbrio e pertubação, e do ponto de vista da vida, esse é o mal, o que pode destruí-la. O moralismo e a ética sobre esta ideia, talvez isso venha ser motivo de debates, uma vez que o desequilíbrio humano parte do nosso julgamento de valores sobre o mundo à nossa volta.
Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição.
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