Nada do que não é fruto da nossa escolha existe de verdade além daquilo que existe na nossa cabeça. Aquilo que você crê em demasia e busca como crença pessoal é crença pessoal e nunca abandonará o campo da sua individualidade, que foi moldada ao longo do seu ser até este momento, e nunca deixará de ser, mesmo que outros acreditem junto com você. Sua liberdade, sua religião, seu complexo de superioridade ou inferioridade, sua crença no bem ou no mal, seu credo em achar que o mundo vai ruir ou melhorar, sua gratidão ou ingratidão em relação às coisas, sua justiça ou injustiça pessoais, seu pessimismo ou otimismo; nada disso vem de um mundo que conspira em favor ou contra a confirmação disso; é a nossa mente quem monta os quebra cabeças a fim de fazer valer as nossas ilusões. O problema é que fora delas um milhão de homens e mulheres estão sofrendo sem que a gente entenda de verdade.
Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição.
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