Nada do que não é fruto da nossa escolha existe de verdade além daquilo que existe na nossa cabeça. Aquilo que você crê em demasia e busca como crença pessoal é crença pessoal e nunca abandonará o campo da sua individualidade, que foi moldada ao longo do seu ser até este momento, e nunca deixará de ser, mesmo que outros acreditem junto com você. Sua liberdade, sua religião, seu complexo de superioridade ou inferioridade, sua crença no bem ou no mal, seu credo em achar que o mundo vai ruir ou melhorar, sua gratidão ou ingratidão em relação às coisas, sua justiça ou injustiça pessoais, seu pessimismo ou otimismo; nada disso vem de um mundo que conspira em favor ou contra a confirmação disso; é a nossa mente quem monta os quebra cabeças a fim de fazer valer as nossas ilusões. O problema é que fora delas um milhão de homens e mulheres estão sofrendo sem que a gente entenda de verdade.
Almíscara penumbra O ar que pesa em febre As sedas ardem chamas Verte-me a maré da criação. Recebo em exortação As faíscas que te explodem sob a pele Cubram-me, estrelas cadentes. Ergo-te minha aberta taça Largo anseio a coletar Neste cristalino cálice As pérolas de deleite mar. Perfeita ondulação Com um arqueio para trás Transmuto em Eva Rosa aberta das Mil Noites Das mil insaciáveis noites! Sem medida. Deixe que caiam Que cerquem-nos as brumas Banham a alma o noturno orvalho Ouça este canto É a beleza do profano hinário. Neste sonho vivo Altivez de devoção cutânea Rito ao lúgubre exorcismo Governa e acata simultânea. Sorve dominada a benta água Aceita a nativa incumbência A viva e infinita exultação. Quente e pesada Cai a noite Salto na cidade inteira Soltas rubras copas Sem medo Reflexo brilhante das estrelas Embebe o lacre dos segredos. Quente e pesada Em açoite Salta a cidade inteira Um, dois, três, quatro Brindem ao pórtico Abraçados às cortinas Rasguem o m...
Comentários