Por mais que existam idiotas blasés que falam de seu vegetarianismo como parte do status de sua falsa intelectualidade, baseada em livros de bolso da praça da Sé, ser vegetariano não é apenas uma questão de saúde, mas trata-se de um exercício de reflexão que nos faz conhecer uma diferente função do corpo vivo na terra, seja humano ou não, que está muito ligada à espiritualidade e ao respeito consigo mesmo, possibilitando a partir daí nos levar a questionamentos que envolvem até mesmo o nosso falido sistema econômico mundial.
Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição.
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