O mar azul Grande como inconsciência Grande como o sonho de todos Mergulhou e quis sumir Só o mar conheceria Só o mar queria conhecer Só dele que saberia falar Que existiu O mar azul Coisas assim ninguém acredita E se de repente sumisse o mar Sumiria o grande espelho do céu E todos nadariam nas nuvens O mar azul como se respirasse os nossos segredos Ninguém sabe
Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição.
Comentários