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“Não contendas com alguém sem razão, se te não tem feito mal”. (Pv. 3:30)

“Não contendas com alguém sem razão, se te não tem feito mal”. (Pv. 3:30)

Mas para muitos evangélicos que conheci isso era uma desculpa para pairar na alienação e na preguiça de lutar pelo seu próximo. Quando me questionam porque abandonei completamente a religião eu deixo claro que me causa repulsa o individualismo e o consumismo do cristão, e mais me causa repulsa ainda a sua associação de benção com bens materiais. Mas nada disso me deixa mais decepcionado do que o fato de não assumirem tal comportamento.

Se Jesus fosse realmente conhecido de alguns, seria odiado pela Igreja e seus fiéis seguidores (da Igreja, não de Jesus), pois ele lutou pelo que acreditava, até o fim. Não seria ele alguém que participou e causou muitas contendas com um fim?

Existe uma censura silenciosa, agressiva e injusta pairando nas Igrejas cristãs, quando você, por mais jovem que seja, questiona alguma prática, é rotulado de pecador, e tão logo deve ser afastado por ser o "irmão que gera contenda entre irmãos", quando muito este mesmo "irmão" é o que enxerga o lobo no meio das ovelhas. Mas isso não importa, Igreja é uma total bobagem e perda de tempo.

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Bucolismo

Com tua carroça cheia dos restos da cidade O catador para diante da margem do rio É um rio largo, escuro, mal cheiroso Ele observa o reflexo nas águas, suspira e vai embora: - Esse rio é tipo um abismo. Todo dia passa ali, com tua carroça colorida de catador. A engenharia é uma piada tecnicista Tem uma TV quebrada Num celular, uma antena de carro, só por ironia Um CD de um grupo de Axé que já acabou - o resto de uma alegria do passado - Uma boneca vestida com roupa de mecânico Restos de móveis Restos de roupas Restos de memórias fragmentadas. Ele mira o reflexo nas águas, suspira, e vai embora: - Esse rio aí, é um imenso abismo. Todo dia é a mesma coisa. Do outro lado da margem do mitológico rio:  A vista bucólica de um jardim bem cuidado Casas em seu devido lugar Pessoas em seus devidos lugares É tudo como se fosse um sonho. Ele olha as águas, se vê no fundo distorcido, suspira, pega sua carroça e vai embora - Um dia atravesso o rio. O rio é quase sem fundo e quase sem vida.

O Lago

Caminha entre alamedas tortuosas E a abóbada de bosques sigilosos Adentro a mata o encanto avistai Repousa obliterado o grande lago. E largo encontra em límpido repouso Defronta diante em margem distorcido Silêncio com remanso se emaranha Enigma malcontente insuflado. Atira-lhe uma pedra e de onde em onda Emergirá um monstro adormecido Até que venha o próximo remanso Até que a fenda em sangue desvaneça.

A Praça

Chegando na praça central Ouço os ecos e os rumores De uma vida que parece outra Os risos de andarilhos sem caminho Os caminhos de passos tortuosos O desgaste do que antes fora arte As estátuas sem nome Os nomes nas placas sem história Folhas caídas pelo chão  Os recortes no ar, de galhos retorcidos Ominoso, lugubre e risonho Será que um dia voltarão a florescer? A cada suspiro uma mão distante me acena Miragem ou ilusão, um consolo de memória. Por que tão vazia? Por que tão pouco visitada? Por que assim, remota, esquecida? Cercada de casas sem família Cercada de muretas sem ter o que proteger Nesta praça de ruas que não vão e nem chegam Somente o velho reina Meu filho, diz o vento, é assim mesmo. Quantas vezes soube tu, alguém que guardasse teu nome? A praça tem som de tranquilidade e cheiro de saudade.