Pular para o conteúdo principal

Daquele Artístico Cinismo Feminino

Se bem me lembro ele estava lá na dele, ruminando sua auto comiseração, atormentadamente em paz, se perguntando porque diabos ele estava naquela festa sendo que ele poderia estar se queixando de solidão sozinho, quando aquela garota super "cool" o tocou no ombro, e tinha uma voz típica de adolescente que acredita que tem o mundo em suas mãos: "e você não dança?".

Nessas horas não ter o dom da clarividência é uma maldição. Um envolvimento romântico e ingênuo conduziu-o a vários dias de tormento desnecessário por estar acorrentao a uma ideia, não à realidade. Porque se a realidade pudesse tomar forma teria-lhe chutado nos escrotos e dito: "aparta-te deste diabo!"

Confusão mental e mais auto depreciação foi o que ficou, e aí você teve de se reerguer sozinho, e eu aqui, vendo tudo repugnado e sentindo pena do seu comportamento patético.

Mas ei, deixa isso pra lá, estou falando de outras pessoas e não quero ficar aqui dando motivos óbvios pra chamar a atenção do ego de alguém, afinal, de que adiantam índios, poetas decadentes e pretensiosos dos anos 80, e uma arte meio que pra atrair platéia, além de um cinismo e arrogância de nunca saber dizer "me desculpe, eu errei", se não for pra, bem, pra isso mesmo, dizer "me desculpe, eu errei".

O que você pode dizer com quem conviveu contigo por tanto tempo e ainda é capaz de dizer que tem uma mente limitada? Sua mente é atormentada, claro. Você pensa em suicídio quase todos os dias, tudo bem. Você vive se remoendo aí dentro por causa de conflitos emocionais mau resolvidos, isso a gente também sabe. Você também sabe que precisa de um controle mental muito grande pra suportar tanta coisa que já te causaram até hoje, e por causa disso mesmo vive nessa ilusão de perseguição... pra falar a verdade, já que citei tudo isso, quando é que você vai se tratar hein? Do que eu estava falando mesmo?

Ah, claro. Esse cinismo em dizer que o que disse foi entendido errado, essa falácia tão de baixo nível em dizer "não fui em quem disse isso, você que entendeu assim", em que até a mente mais insólita pode se deixa levar, se resigna e vai, com a missão grotesca e imoral de se desculpar pelo que não fez, é isso o que fode o espírito do filósofo.

Então deixa eu dizer de forma bem clara: se dê ao direito de pensar por uma vez na vida que existem pessoas tão grandiosamente filhas da puta nesse mundo que elas conseguem até mesmo fazer com que a sua tristeza seja unicamente culpa sua. Vá lá amigo patético, abra seu coração e sinta raiva, porque você sabe que isso passa e que ninguém precisa te ensinar a viver, ou a ligar ventiladores, e tacar pedras e plantar flores. Todo mundo sabe a diferença entre flor e pedra: nessa vida, pedra começa com "P", de Puta!

Esse é um texto de um alter ego raivoso, alguém que também se dá o direito de se passar por outra pessoa, afinal quem tem que provar algo pra alguém é um espírito fraco e necessitado dos outros.

O que sobra é amor, mas ele fez uma pausa porque agora está profundamente magoado e tem esse direito.

Obs: Esse texto contém incoerências, mentiras, falcatruas, falha de caráter, egoísmo, narcisismo e ironias. Tudo em uma forma de pessoa só. ;)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Chamas de Yemanjá

Almíscara penumbra O ar que pesa em febre As sedas ardem chamas Verte-me a maré da criação. Recebo em exortação As faíscas que te explodem sob a pele  Cubram-me, estrelas cadentes. Ergo-te minha aberta taça Largo anseio a coletar Neste cristalino cálice As pérolas de deleite mar. Perfeita ondulação Com um arqueio para trás Transmuto em Eva Rosa aberta das Mil Noites Das mil insaciáveis noites! Sem medida. Deixe que caiam Que cerquem-nos as brumas Banham a alma o noturno orvalho Ouça este canto É a beleza do profano hinário. Neste sonho vivo Altivez de devoção cutânea  Rito ao lúgubre exorcismo  Governa e acata simultânea. Sorve dominada a benta água Aceita a nativa incumbência  A viva e infinita exultação. Quente e pesada Cai a noite Salto na cidade inteira Soltas rubras copas Sem medo Reflexo brilhante das estrelas Embebe o lacre dos segredos. Quente e pesada Em açoite Salta a cidade inteira Um, dois, três, quatro Brindem ao pórtico Abraçados às cortinas Rasguem o m...

Erospectro

Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição. 

Dez Mil Dias

Certo dia foi assim Peguei o ônibus Sentei na calçada fria Esperei falarem comigo Deixei a mão suspensa, em vão E em um gole, matei minha sede Para no segundo seguinte Você não estar mais aqui.  E soube certa vez Que não estava mais aqui Às vezes Quem não está Parece nunca ter partido. Te via na luz Te via no amanhecer Te via Te vejo Na minha vontade de morrer. Tua voz que parei de ouvir Ainda soa para mim. O teu perfume de ternura Sinto em todo lugar O teu semblante de aurora Vejo-o nas pontas dos dedos. E sobreponha a  eternidade Entre o que plantou em mim E o fim do mundo E você ainda estará aqui. É assim mesmo. Porque  Ante a catástrofe  A confusão A existência O desamor e a desilusão A tristeza e o rancor As mágoas e a reclusão Três palavras Quatro sílabas A minha incapacidade humana de decifrar A dissolução da minha angústia: Eu amo você. 📿📿📿📿📿📿📿📿📿📿📿📿📿📿📿 Tudo isso começou no dia 06 de Maio de 1998.