Você nunca será
Disseram
Não fui
Porém sigo sendo
Até enquanto houver ousar
Mas ar enquanto está tendo
Não hei
O que quer que seja
Que não seje
Suje...
Saja voa como voa a asa
E vaza
Ninguém se importa da sua importância
Ou sabe da essência
Como sangue em aberta artéria
Arturia em sua lenda do ser
No molde do teatro moderno
Cumpro meu papel com feitio
De fato em goma e falso estio
Mas que impeça desta breve estilha de vida
Dai-me então o pronto tiro
Enquanto está ditadura morta
Me dá preguiça.
Do Basque até a Sevilha
Cantabria é eterna lenda
Celta afora nesta selva de matilha.
Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição.
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