Pular para o conteúdo principal

Castelo de Praga

Castelo de Praga

Tua bela arquitetura

Teus belos portões represando a segurança

Tuas belas torres que erguem-se à perder da vista

Das mais belas voluptuosas imagens do céu

Tuas belas janelas, 

que em grande parte 

Portam a frágil luz sobrevivente

Da vela que há muito se acendeu e morre

Pouco em pouco 

Derrete-se sobre o parapeito 

Jaz a lâmina de um guerreiro absoluto lá

E do outro um penhasco aqui.

Muito se especula das batalhas no arredor

Pelos longos infinitos corredores 

Que aos ecos servem de abrigo

Ecos de todos os tempos e sorte de emoções

Tuas pontes que interligam todos os caminhos

E que trazem todos os tipos augúrios

Sem muita proteção.


Pouco sabem das batalhas de seu interior

Os gritos de dor e desespero

Os prantos que ergueram os seus muros

As valas que escondem morte e sofrimento

Os silêncios e murmúrios de corações que sangram

As mulheres que aos gemidos confessam o coração

As palavras que cortam o vento

Os esfregões que lavaram lágrimas e secreções

Os choros de nascimento e morte 

Poucos sabem

Pela beleza que está sob suas cortinas

E pelas reformas que lhe arrebataram a natureza.


Castelo de Praga

Na porta do castelo, sentada na escada

Uma menina maltrapilha e descalça

Tem um semblante feliz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Erospectro

Dança a débil seda da cortina em altivez Acaricia, enquanto sôfregas, balança O alabastro lívido de porcelana tez. Ajoelha ante a luz da superfície pálida Princesa portentosa do teu estreito templo Aporta em silhueta a majestade cálida. Anda, paladino, sobre a laiva curvatura Forrada do plantio de calêndulas laranjas Descansa à boda quente da lacuna escura. Venera esta abadia, pétala a pétala Diante da minha dupla onírica imagem Repousa em cada vale de divina sépala. Despeja-me o orvalho em êxtase, a coroa, Na carne-alvura arqueja em nosso infausto cio, Em véu e labareda, um altar, uma pessoa. E quando finda a música, resta-me a visão: Princesa, diabo, luz, deleite em união, No espelho sorridente à criadora perdição. 

Tua Palavra

Palavras como fios E teus dedos costurando Um caloroso manto Para minha sombria alma. Palavras, que como pão Desta tua fome tão antiga Onde cada sílaba que canta Vira a ceia da minha calma. Palavras, como tuas mãos Que quando escreves meu nome Eu sinto O calor do teu gentil enlaço. Palavras como a brisa A brisa que a mim veio  No alívio das noites infernais Na doçura dos teus braços. E se ousa um dia duvidar Da força daquilo que escreve Lembra: O mundo que é só trevas A vida que era nada Tudo começou, até amor Pela Palavra.

Sacrum Putridaeque

  sacrum putridaeque "Animae exspirant, redire nolentes... Sed redeunt in sudore, dolore et metu, formam suam relinquentes." ✝ Invocatio Sacroputrida: Vox Ultima Ex Reliquiis ✝ Substância em ardência Como que em condenação Ao inferno da tua ausência. De seu cílio cai o lastro Da aurora poma aberta Afligida ao omisso mastro. Minha boca sente a míngua Pela privação do tato Da oração com tua língua. Numa parte sem ritual E eu aqui que só me encontro Do meu gozo sepulcral O meu tédio, meu remanso Invocatio sacroputrida Sem perdão e sem descanso! Ora em mim sem castidade Faz-me diário do teu ímpeto, Sem decência ou piedade! ================================================== Invocatio Sacroputrida: Vox Ultima Ex Reliquiis Substantia in ardore Quasi damnationis Ad infernum absentiae tuae. De cilio eius cadit onus Aurorae pomum apertum Afflictum ad mastum neglectum. Os meum sentit inopia Privatione tactus Orationis cum lingua tua. In parte sine ritu Et ego hic solus invenior Gaudii m...