Rouba-me as forças,
Sim, eu desfaleço
Quando os dedos correm
E retratam a curvatura
Das cortinas de cetim.
Brancas, negras ou rosadas
Cobrem, protegem, aludem
Bruma vontade malograda
Sob coral desejo e penugem.
Portas da genuína vida
Abre-as, largas, para mim
Explora com cuidado aventuroso
Em busca do macio carmesim.
Venha até ela teus murmúrios
Úmido disfarce ante o portal
Que a tua boca aberta em perjúrio
É o santo manto ruindo, mortal.
Abre o que isto transformei em rito
A brisa fresca adentra o limiar
A porta treme, responde em grito
Sussurro Sibil, e canto lacrimoso
À voz de melodia insolvente
E ao corpo que se solta, se desprende
Como pode, pergunta o riso crível
Que algo tão pequeno, tão frugal
Desmonta a força inteira de um ser
Deixando-me entregue, irracional.
Comentários