Árvores, pedras, um rio correndo, um ruído que não dói os ouvidos e que nem fere a alma, um ar puro, uma cor verde, marrom e cinza. No céu, azul. Só. Isso é o bastante pra descrever o cenário. Não é bucolismo e nem romantismo. Trata-se daquilo que roubamos de nós mesmos. E quando foi que deixei de ser homem e virei máquina? Tudo na hora, tudo pra cima, tudo pra baixo. Hora pra sair, pra entrar, pra dormir e pra acordar. Hora pra se amar. Tem hora até pra sexo, pois quando vou a um bordel, eu pago e me dão uma hora pra sair dali rapidinho. A hora do rush e do fast. Faster and Deeper, mas não tão deeper porque é bordel, não psiquiatra. Faria uma amizade fácil, mas uma amizade financiada. Esquece-se de tudo na beira do rio. Ele corre e leva os pensamentos pra bem longe. Logo ali do lado um perfume estranho, outrora familiar. Ela sorri, olha pra dentro de si mesma, ou para o fundo da água, tentando se encontrar. Não há dor nem alegria, não há nada. Não há sequer u...