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Postagens

O Intento Impossível

Uma música Uma lembrança Um sabor de última dança. Um toque de esperança Um beijo de saudade Um desejo, uma vontade Um sentimento de verdade... Ou um engano da idade? Não importa, saudade. Um medo ou egoísmo? O eu mesmo ou altruísmo? Uma noite de paz E mais duas de tormento. Um suspiro cor de seda E mais outro de renúncia Suplicar como prenúncia De um novo mundo igual. Outro medo, uma denúncia. Sabor de mel insosso Passos tortos de uma vida Que nos dói até o osso. Uma voz que é a paz E um silêncio, o tormento Quanto menos se quer mais Até o limite do rebento Do amor que satisfaz Como a gota ao sedento. A coleta de migalhas Que espera que um dia De verdade ou de mentira Forme-se uma regalia Que acalme essa ira. Uma raiva do impossível Uma crença no incrível Solidão indescritível Coração indestrutível Sentimento invencível. Uma música Uma dança Uma lembrança, um presídio. Um toque único de amor Com sabor de suicídio. Um olhar que se esquiva E mais outro que se perde Um semblante de estát

A Porta de Saída

Sim, encontrei a porta de saída querida. Você não me tem mais. Minha mão pesa sobre a maçaneta, e agora vale muito a pena girá-la e abri-la. Que ao menos você tenha aprendido uma lição. Que ao menos você, mesmo que não assuma em público, assuma pra si mesma que estava errada. Isso já serve pra satisfazer o meu ego. Isso não é uma crônica, é uma mensagem. Mensagem de despedida? Não sei ainda. Minha mão pesa sobre a maçaneta da porta, mas não sei se ainda quero girá-la. Eu vejo você na cama, completamente despida de vestimentas e de pudor. Poderia ter sido só a roupa? A porta bem diante de mim, e levei tanto tempo pra sair. Eu era corpo e alma. Mas você, só corpo. Poderia ter sido isso? Em um breve momento eu acreditei que não. Acreditei que sua alma tentava conversar com a minha. E tentávamos nos entender. Hoje dói dizer o quanto te amo. E dói dizer o quanto quero te esquecer. Consegue sentir isso? Não é um riso de deboche, é um riso patético de raiva. Mesmo depois de tudo, eu ainda

Grinalda

Sinto falta d'amar te amiga E o doce toque alvéolo dado O toque simples e concentrado De peito leve entregado. Não foi com espada que fizestes o mundo, Foi só com terra, semente e água. A mão calejada da costureira Com canções de ninar embalava. Por muito tempo adormeci Caí no sono mais delicado Vivi o sonho mais comportado Sumi deste mundo sem me perder. Ornaram-te a fronte de grinaldas Com rosa e branca e alecrim No centro dela um diamante Que brilho forte ao teu sorriso. E cada pétala da grinalda Caía-te como um conta gotas E eu tão pueril preparando a próxima Desprevenida não dei por mim Caiu a última com tanta dor O diamante não mais brilhou Tua mão gentil descalejou O teu sorriso desfez-se e mim. E agora vejo, e como vejo Amar-te amiga doeu em mim A morte amiga que eu desejo Desfez-se assim, desfez-se assim. Doeu amar-te, minha rainha Princesa sóbria é o que restou E com amargas salivas minhas Tão sozinha é como estou. E agora aqui eu q

Orquestra Incompleta

Cansei de ti amor Sai de mim, me deixa só! Cansei da tua delicadeza Que disfarça o perverso em pureza. Segue o cego arrastado Que não quer ver tudo o que vê Pois quando vê, só vê a si mesmo Cancela o óbvio racional Vira moribundo passivo E faz da própria alma um internato. Cansei de ti amor Que olha para o certamente impossível E me engana que a tarefa Com força e fé é certamente passível. Cansei de ti por me enganar Me faz de tolo irracional: Eu vejo o homem morto de fome A criança de ferida aguda A operária muda E o cobrador surdo Todos felizes cantarolando De braços dados em um jardim Ignorando o seu fatídico É o que eu vejo, amor estúpido! Com tanta gente me falando ao ouvido Sinto-me incapaz de crescer. Parem de me falar ao ouvido! Parem de me falar ao ouvido! Estou cansado de estar cansado Quero adormecer meu espírito Enxergar a natureza Cá, eiras e beiras quero enxergar Purificar as feridas alheias. Esquece de mim amor estúpido Em mim se aloja sem pedido De mim se apodera sem se

Lua, minha e sua

Meia Lua Meia calça Meia beijo Meia alça Meia vida. Pra curar minha ferida Que a lua seja meia lua cheia. Eu te dou a minha tralha Em meio corpo lua inteira. Sou às vezes lua nova, Mas nova serei inteira. E cheia sempre serei Se cobrir-me com o céu. Se o teu céu me conforta e me consola Não digo que serei sua, Digo que serei tua. Mesmo a lua sendo só lua E sendo ela a lua de todos, Serei cheia, Serei tua.

Estrela de Cinco Pontas - III

Estrela de Cinco Pontas III - 04/12/2008 I Quem será ele? E quem serei eu? Serei o véu apaixonado Das palavras esfareladas Que se perdem com o tempo? Registra-me este amor E depois assine embaixo Com sua tinta, beijo ou gozo. E que a valia deste contrato Não se desfaça com desgosto. III Use estes papéis Para encontrar a cura Das doenças que não tem O papel e o gozo existem Mas o amor e a promessa Só ao toque do sonho resistem. I Quem és tu? III Quem sou eu? Sou apenas tua carne Das lições que desaprendeste Sou a planta que não crês Ser apenas planta. I Não, além da planta Há o ar, a flor e a fé. Esta é a planta que eu rego Para não deixar morrer. III Esta é a planta que te rega E que certamente morrerá. ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~ Autores: Matheus Vieira  - I Borges Sanatore - III

Sob a Tua Manta

 Teu nome é como o cair das águas Que cura dor, sofrimento e mágoas Tua voz é como o suave vento Que torna em ânimo o desalento. Teu toque é igual ao dos evangelhos Que livra a alma do vil tormento E o teu sorriso, que nunca falha Ele é o dom do meu alegramento!

O Corpo Docente e o Decente

"Quando observamos a quantidade e a variedade dos estabelecimentos de ensino e de aprendizado, assim como o grande número de alunos e professores, é possível acreditar que a espécie humana dá muita importância à instrução e à verdade. Entretanto, nesse caso, as aparências também enganam. Os professores ensinam para ganhar dinheiro e não se esforçam pela sabedoria, mas pelo crédito que ganham dando a impressão de possuí-la. E os alunos não aprendem para ganhar conhecimento e se instruir, mas para poder tagarelar e para ganhar ares de importantes. A cada trinta anos, desponta no mundo uma nova geração, pessoas que não sabem nada e agora devoram os resultados do saber humano acumulado durante milênios, de modo sumário e apressado, depois querem ser mais espertas do que todo o passado." - Artur Schopenhauer - Sobre a Erudição e os Eruditos. A minha postagem de hoje eu começo com um trecho de um trecho. Existe um livrinho que andam vendendo por aí, atribuído à autoria de Schopenha

Suave na Manhã

No suave amanhecer Despertava a delicada brisa Que o Senhor despejara No berço da humanidade Quatro estrelas despencaram do céu Um mar se abriu e engoliu a correnteza Três homens derrubaram uma árvore Uma cozinheira despejou o seu tempero no feijão E uma viúva lamentava a morte do major Mal abrira os olhos E sentiu pesando na moleira O teto que se despencava Ainda assim em tontura e confusão Contemplou que como buda Assentavam sobre ele  A imagem de seus pais.