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Nirbharatã (Ketergantungan)

A Luz cálida encarece a escuridão O que seria do descanso se não fossem as andanças? E o que é desespero sem a esperança? Nuvem branca, flutua sobre os oceanos dos céus Escondem de mim mistérios e enigmas sem resposta. Eu sou um mistério, não tenho janela, nem porta. Não tenho começo nem fim Sou uma constante, numa faixa, duma linha, dum ponto, dum caminho                                                   [que não começa e nem termina. Cálida luz, clássica benfazeja, tudo reproduz. Sou menina, sou menino Não sou nada nem ninguém Sou a bruma da espuma de quando tocam o sino Planta verde com cheiro de mata de alumínio. Orvalho cai na terra Nasce uma planta, flor de lótus, for de luz, luze tochas, acende a vida O que seria da luz se não houvesse escuridão? O que seria da incerteza não fosse a solidão? O que seria certa nada seria então. Olho para o céu e não vejo o universo parar Para perguntar por que. Por que seria algo se houvesse a res

Solilóquio

Disseram pra mim Que o céu já não é mais tão azul E que as estrelas no céu Não são mais vistas quando a gente quer. Disseram que a água já não é mais tão cristalina E que não abunda mais em vida. Disseram que o amor é uma história distante E a chamaram de ideal. Disseram que quando se ama Não se vive a vida real. Disseram que tudo do que aprendi Hoje já não é mais igual.m Disseram que cada vez que respiro Eu aspiro em substâncias nocivas E que o que dividi com meus amigos Não faz mais parte de mim. Disseram a mim, que quando estou sonolento Estou repondo as energias que perdi Em um inerte e inevitável momento. Disseram que a felicidade não existe E que puseram nos meus caminhos mais seguros Mais caminhos, mais passos, mais muros. Mas disseram a mim: - Não te preocupes, a vida é assim. A tua vida não para Enquanto tudo à tua volta desaba. Recolheis as pedras das quais precisas Separeis os tecos de terras fofas que sobrarem E

Composição

Reconheço minha função mínima no mundo. Fecho os olhos Para escutar o som dos pássaros cantando Ventos para lá e de cá Batem nas folhas das árvores Que soam por existir. Entre os sons desta natureza estranha Ouço vozes de homens. Deste mundo também fazem parte.

Morte e Misticismo

A única transformação que a morte traz ao homem, é a capacidade de torná-lo inanimado. Após a morte, o homem permanece homem, nem mais nobre, nem menos nobre, apenas inanimado. *Imagem - O Dia da Morte, pintura de William Adolphe Bouguereau (1825-1905), pintor acadêmico francês.

A Destruição das Horas

O que são as horas quando eu tenho os teus beijos? Pois não me fale de horas E nem de obrigações Fale-me dos teus beijos. O que são beijos sem os teus lábios? E quando os olhos poupam os lábios O olhar furtivo e sutil Cálido como a brisa fresca da aurora Cala-te por agora Fala-me pela hora Os olhos sem os lábios Eles voam e sons silêncios Sutis e gloriosos, sábios. Os minutos são gotas de suor. O que são as horas sem o ensejo Volátil e livre do teu caminhar? Caminhas como danças Danças em estâncias De contrabaleio de balanças. Calaboças andanças Lábios de sonhar esperanças. Em teus braços livres Eu me esqueço de mim Eu me esqueço dos relógios.

A Primeira Morte

Sentado na areia da praia Estava escuro Mas uma fogueira tímida tentava me aquecer. Mal conseguia ver as estrelas. O ar me esfriava A areia me coçava A maresia me ardia os olhos Mas nada disso me importava. Pensei nos amigos Em todos que foram E em todos que estão. A chama da fogueira foi se apagando E se apagou. Não havia ninguém para vê-la se apagar comigo.

Poema de Repetição

Poema de Repetição. Poema de Repetição. Poema, de Repetição. Repete são Repete som Repete dor Repeterror Repede amor Recolhe dor. Enche o copo Esvazia o copo. Enche o peito Esvazia o peito. Abre os olhos Fecha os olhos. Marca a hora Levanto Deito. Cara cora Repetição Enche a taça Bebe a taça Solta traça Perde a graça Embaça FFFFF... Fumaça. Poema de Repetição. Poema de Repetição. Poema de Repetição. Reticências Retalhências Retunbâncias Reticências Da repetição. Retenção Petição Reterão Retenção. A estrada sobe A estrada desce A estrada curva A estrada turva O monte urva. O peito enche Esvazia Escoria Escurece A noite anoitece O dia amanhece Ninguém esquece. Levanto Deito Dói o peito Cai no leito. Poema de repetição. Mato no chão Estrada vazia Vento no chão Copo no chão Vazio, vazio, vazio... Poema de repetição.