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You Wheel Dream

You are not important You are not useful It doesn't matter how much you tell yourself that How much you tell you or you fellows How much you lie to yourself and pretend that there's a plan, there's a reason. Well, there's not. You are not important. How many people will you see dying and vanishing in oblivion until you realize? You're a piece, a wheel, a replaceable wheel. And do you want to know why you're replaceable? Because you allowed them to You let them make you an obedient and docile wheel A wheel spinning torwards a dream Make believe there's no sorrow Make believe there's a rainbow Somewhere over Whether you're being replaced  Discarded as garbage You will even say: thank you for everything There's no machine without a wheel There's no will without the machine We're as One One as Wheel Wheel as We We're as One They break you everyday They fix you every when You're his victim  Of a self indulgent stories The machine fairy

Depressão - Digressão 10 - O Passado

 Há quem diga que depressão é como se apegar a uma corda do passado e nunca largar, nunca deixar que a carruagem siga sem aquele ponto de referência. Quando eu vejo alguém bem sucedido, automaticamente eu vejo meus pais elogiando aquela pessoa, e é como se eu pudesse ver através dos olhos deles que, na verdade, quem eles gostariam de elogiar seriamos nós.  Hoje em dia há elogios sim, mas para mim parecem todos muito falsos, vazios, uma tentativa de compensação, de reabrir o que a vida fechou, ou seja, minhas emoções. As coisas são mais complicadas do que isso. Não é o elogio vago e pouco direcionado que vai me fazer acreditar que eles estão tentando me entender quando, logo mais tarde, há uma tentativa de me manipular, de mudar o que eu sou. Eles são velhos, é o que todo mundo diz. Eles são velhos, eles são seus pais, eles te amam. A todo momento há uma desculpa diferente para que eu tenha que perdoar a constante tentativa de impedir de sermos quem somos. Enquanto escrevo, não falo ape

Você, meu irmão

Guerra de identidade procurada - Você, homem pelado! Segura aqui esta bandeira! - dizia o soldado existencialista Para o homem pelado, era um pedaço de pau e um pedaço de pano. O homem trovejava mais forte que a natureza Era um trovejo de sangue, grito, dor, choro e esquecimento A luz apagava O acampamento não silenciava, murmurava em sofrimento Era tudo uma escuridão Guerra de identidade exigida - Você, homem vestido! Segura aqui esta bandeira! - dizia o soldado idealista Para o homem vestido, era um pedaço de pau, um pedaço de pano, e uma chibata. O homem trovejava mais forte que o universo Era um trovejo de sangue, grito, individualismo e ambição A luz apagava O acampamento silenciava em suspiro e indignação Era tudo um breu Guerra de identidade edificada - Você, homem aí, toma aí, toma Bandeira de pau, de pedra, de madeira, de terra. Era um pau, uma chibata, uma obrigação. Nem Jesus e sua cruz! Quem era pra Nhadevuruçu? Você, meu irmão, qual teu nome? Caaporã.  Pai, perdão, eles nã

A Misteriosa Eterna

Passava todo dia após o pôr do sol Ao pé de uma gentil casinha Tinha o muro ao fim do pé direito, coberto de raízes e florzinhas - Que bela arquitetura jaz além desta raízes - pensava Mas só pela fresta do alto muro ver não dava De dia em dia a vida inevitável pelo mesmo trajeto me levava E sempre a vontade curiosa ia crescendo - Um dia terei altura pra atravessar, e viverei o que após ali sabendo Certa vez em uma ocasião inesperada Um fogo fedorento e uma cálida luz me circularam Ao mesmo tempo o anjo e o diabo me pegaram Criei à esquerda a asa de um e do outro à direita Vi-me etéreo atravessado pelas partículas atômicas E quando de novo pela casinha eu passei Bati as asas e pelo muro eu pulei Oh poxa, então é isso o que eu vejo? Era só uma casinha, outro muro, tão igual ao que eu deixo Do outro lado o anjo e o demônio Breve se apresentaram - Pois é meu caro, a vida é assim Abri a porta, atravessei, e nunca mais fui visto E este foi o fim

Depressão - Digressão 9 - Aquilo que pode ter me quebrado

 Eu fui uma criança feliz, fui sim, de verdade. Eu não me lembro quando foi que me quebraram. Eu não costumava ter uma memória ruim, eu sabia o meu histórico de cor. Eu tinha uma linha do tempo muito bem clara na minha cabeça, e eu sei que sabia disso porque era comum eu contar minha história para todo mundo, em detalhes, ano a ano. Essa era a minha ideia de socialização. Conforme a gente cresce, copiamos aquilo que mais nos influencia, e isso a gente não escolhe. As pessoas querem acreditar romanticamente que sim, porque afinal qual narcisista que não sonha com sua própria biografia belamente contada na estante? Vamos deixando de lado detalhes mundanos e cotidianos, detalhes que destruiriam o mito que criamos de nós mesmos, para substituir por versões que nosso subconsciente cria para nos proteger dos nossos próprios traumas. Eu sei que isso acontece porque se até em filmes de segunda linha isso é dito, quer dizer que não é mais novidade para ninguém que se interesse pelo assunto. A q

Bom Mestre, que farei eu para ter a vida eterna?

O sonho do oprimido é ser o opressor. Nas aulas de sociologia de países como o Brasil essa é uma frase que vai surgir a qualquer momento. Um aforismo que já foi tão reproduzido que é difícil saber quem atribuir, por causa de suas diversas variações. Lá nos anos 90 falou-se muito sobre a Globalização e a tendência de um futuro em que grandes nações não veriam mais fronteiras, estenderiam seus comércios para além de seus próprios países, abandonando o nacionalismo, formando assim uma troca de mercadorias em escala global, ou a Globalização. Junto com essa troca de mercadorias há também a troca cultural, algo bastante recorrente entre nós. Temos que aprender a negociar com o parceiro, e para isso, temos entender como ele pensa, até mesmo adotar seu comportamento. É o básico do comércio. Estas influências culturais entram nos países, ficam, são transformadas, alteradas conforme os recursos locais. Ideias nacionalistas tornam-se estranhas em uma realidade em que a cultura regional é uma esp

Diego Maradona

A memória mais antiga que eu tenho de Diego Maradona era assustadora: Era a Copa de 1994. Após fazer um gol eu via aquele homem de cabelos encaracolados gritando como um diabo louco em direção à câmera. Porém eu cresci em uma casa mergulhada no preconceito, e o preconceito tem uma resposta rápida a tudo o que é diferente, o medo. Então para afastar o medo, categorizamos. "Que louco" disseram, "isso é a droga" disse outro, e ainda "ele é um cheirador". Pronto, a imagem do Maradona estava criada na minha mente, mesmo sem eu saber direito o que era a droga pra cheirar, apenas sabendo que era ruim porque me disseram que era ruim. Com o passar dos anos mais adjetivos: Maradona é amigo de assassino pelas fotos com Fidel Castro. Maradona nunca vai ser maior que o Pelé. Maradona é violento, Maradona é um grosseiro, mal educado, estúpido, irresponsável, etc. Até que me lembro um emblemático momento em que ele e o nosso maior jogador (brasileiro) de todos os tempos,

O Eremita

 Naufraguei no dilúvio da própria tragédia Era a base da forte montanha Que só água, rangido e destruição E à frente o eremita e seu capuz branco Cajado nas mãos Pernas magras tal gravetos Corpo esguio tão nutrição A trilha seguia íngreme e preguiçosa Quase no alcance do impossível Mais água, mais rangido e mais destruição E o homem de cajado na mão Moveu o dilúvio com a força do pensamento E com a força do pensamento, moveu a mão De montanha em montanha Há o dilúvio De dilúvio em dilúvio Há montanha Sorri em paz.

A Via Sacra

 Acende uma luz num domingo cinza É noite de missa Mas o galo ainda canta Acende uma luz num domingo cinza O cenário se alaranja Mas o galo ainda canta Acende uma luz num domingo cinza Já é de noite E a paróquia não conquista teu lugar Acende uma luz num domingo cinza O galo não para de cantar E que todo lamento ainda é sonho