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Mostrando postagens com o rótulo Leslie Chans

Animo

No raro momento, belo caminho Onde céu e terra se abraçam Eu lanço um modesto olhar O perfume verde afaga-me o ser Mistura-se com a pedra dura Árvore seca, água pura. Sou branca cinza Sou preta escura E na morte suave No vento, brisa tranquila Meu coração, perdura

Namastê

Eu flutuo pelo mundo de olhos cerrados E tudo quanto vejo, quanto cheiro Todas as coisas que me agraciam o ser Elas não são estranhas para mim. Não me impressiona a beleza afrodisíaca das cachoeiras, Não me assusta a imponência colossal dos desfiladeiros, Não me alegram, nem entristecem, o verde perfume dos arvoredos, O céu luminoso não me traz calma nem pertubação, Menos ainda a noite me traz tormento ou desilusão. No seu vôo sutil, a borboleta eu saúdo com a respiração, A pantera indomável, eu domo com a paz do coração, Estou leve e cambaleante como a tromba do elefante, Eu sou desde a pedra à estrela, som calmo e retumbante. Todas as coisas que me agraciam o ser Elas não me impressionam, Pois me tenho em todas as partes do universo Tanto em vida como em morte. Sou eu do cume ao sopé Sou eu do sul ao norte.

Animo

No impossível caminho Onde o céu e a terra se abraçam Eu lanço o meu modesto olhar. O perfume verde afaga-me o ser Misturo-me com pedra dura Árvore seca, água pura. Sou branca cinza Preta escura E na morte suave Como um vento, brisa tranqüila Meu coração, feliz, perdura.

Objeto Familiar

Despencou uma estrela Da mais longínqua galáxia E foi cair aqui no meu colo Em inconsciente ataráxia. Ergui-a em minhas mãos Beijei-a e disse: - Olá, por onde tem andado?

Minha Origem

Escuta o shhh do rio que corre. Ouça que não há exclamação. É reticências E meu pensamento com ele flui. Escuta o vsshh do vento que bate. Ouça que não há exclamação É reticências E meu pensamento com ele voa. Escuta o flish flish da folha que cai Ouça que não há exclamação É reticências E com ele adjacência meu coração.

Você se lembra disso? Eu sim!

Eu me lembro bem. Era mais ou menos em agosto, do ano de 1997. Eu tinha 14, você tinha 12. Como essa época ficou marcada em nós. Eu me lembro bem que o professor Isac te pôs para fora da sala por causa das suas curiosidades ousadas. A indagação infantil vira uma arma fatal aos ouvidos de um adulto convicto e esclarecido: "Professor, mas na bíblia Jesus não disse que o único que pode falar com Deus é ele mesmo?" "Professor, não está errado acreditar em Santa Maria sendo que Jesus é o único que pode falar com Deus?" "Professor, Jesus não disse que ele era o único que pode nos levar até Deus?"... e você não parava, cada vez mais fazia perguntas. Eu ri, porque achei muito engraçadinha toda aquela sua curiosidade inocente. Em todos os anos de escola que convivemos, parecia a primeira vez em que você se interessava por algum assunto. Mas acho que eu fui a única que percebeu isso, porque em questão de 4 ou 5 perguntas a paciência do professor se esgotou, e vo

Salgueiro

Há a maior alegria em minha paz Quando uma folhinha despenca Do mais alto galho Do salgueiro tranquilo e audaz. Cai em minha mão  E a minha vida se resume num ímpeto sutil. Um sorriso apenas, sem brio Um palpitar de coração apenas E uma respiração apenas, sem frio. De resto A vida torna a seu curso maior Por ter em mãos a simplicidade plena O lago acalma, o vento para, a planta amena Acena.

A Minha Crença

Eu acredito que até mesmo a morte do mais delicado inseto, causada pelas nossas mãos, pode afetar o nosso espírito, e manchá-lo com uma aura negativa. Eu acredito que a felicidade máxima está em respeitar a vida, no mais amplo sentido dos sentidos.

A Ponte

Da ponte eu posso ver Onde hoje estou aqui E quero logo chegar ali A ponte há de me ligar De um ponto a outro Sobre um monte Eu atravesso a ponte Se hoje estou aqui Quero logo chegar ali A ponte movediça Não ponte aponte Da ponte eu posso ver Que mesmo parada aqui Logo logo estarei ali.

Caminhos

É uma pena que o nosso futuro não esteja nas nossas mãos, não esteja nas mãos de ninguém. É uma pena pensarmos que o futuro esteja nas mãos de alguém. É uma pena pensarmos que há mãos que regem o futuro. É uma pena até pensarmos no futuro. O futuro não está e nem nunca esteve. O nosso próximo passo somos nós mesmos quem decidimos. E há sempre um espelho após cada decisão. Seremos mais feios ou mais belos? Isso vai depender da música que procuramos no momento em que chegarmos. Estou sendo evasiva e subjetiva demais? O seu caminho é seu, a consequência também é sua, porque, acredite ou não, a sua vida pertence a você.

Taças

Ninguém se atreve a retirar da mesa O jogo de taças que ali se apresenta. Um toque descuidado E toda aquela vida cristalina se despedaça. Por isso que, Ninguém se atreve a retirar da mesa Aquele frágil jogo de taças, que ali se apresenta.

kamal ka phool

 De tanto quanto quero nesta vida Eu busco pouca coisa em pouco escopo Família, nada, amor nenhum, amizade pouco Na confusa vida, evito solenidades Eu não busco beleza, busco verdades.

Casa de Vidro

Casa de vidro Casa simplezinha Erguida em pé sobre pedra calcada Unidos cantos em nós de torvelinhos. Casa de vidro Casa simplezinha Tão transparente de aparência fria Porém conforta, acomoda e luzidia. Casa de vidro Casa simplezinha Internas brumas são eternas dunas À porta uma esfinge invencível. Mil janelas do mundo invisível Mil reformas e outras mil fortunas Cautela aí, não toque pois é frágil! Tão fácil fere quanto alguém que seja Tão hábil é o pó do que apedreja. Causa feridas, o seu caco é ágil! Casa de vidro Casa simplezinha Agrada mais o hóspede que o dono Por fora é transparência Por dentro só espelhos O hóspede reflete-se em seu próprio meio. Casa de pó Casa de vidrinho Casa pequena Casa simplezinha. Casa minha.

Nascida

Nasci simples de um beijo de pó Cálida calma da brisa matinal Simples, simples e só. Há quem diga que foram nove Mas nasci de doze meses Mamãe disse que foi de novo. Mas foram doze meses Desde que uniu mulher e homem. E nasci simples Nasci simples de um beijo de pó Nasci simples, simples e só.

Estrela de Cinco Pontas - II

II‌ ‌ Dentre‌ ‌as‌ ‌névoas‌ ‌do‌ ‌monte‌ ‌isolado‌ ‌ Reflito‌ ‌a‌ ‌sabedoria‌ ‌universal‌ ‌ Ou‌ ‌simplesmente‌ ‌deito‌ ‌e‌ ‌cortejo‌ ‌ Aquilo‌ ‌que‌ ‌me‌ ‌traz‌ ‌o‌ ‌bem‌ ‌e‌ ‌o‌ ‌mal.‌ ‌ Porém‌ ‌o‌ ‌meu‌ ‌caminho‌ ‌só‌ ‌escolho‌ ‌ Naquele‌ ‌que‌ ‌também‌ ‌escolhes‌ ‌qual.‌ ‌  ‌ I‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌o‌ ‌conforto‌ ‌da‌ ‌minha‌ ‌alma‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌a‌ ‌pura‌ ‌luz,‌ ‌a‌ ‌nobre‌ ‌calma.‌ ‌ Tu‌ ‌és‌ ‌a‌ ‌invenção‌ ‌da‌ ‌amizade‌ ‌ Da‌ ‌solidão‌ ‌cruel‌ ‌em‌ ‌tenra‌ ‌idade.‌ ‌ Aquela‌ ‌que‌ ‌me‌ ‌adequa‌ ‌à‌ ‌ingratidão‌ ‌ De‌ ‌não‌ ‌colher‌ ‌a‌ ‌vera‌ ‌realidade.‌ ‌  ‌ II‌ ‌ Reais‌ ‌são‌ ‌tuas‌ ‌falas‌ ‌e‌ ‌olhares‌ ‌ A‌ ‌chuva‌ ‌que‌ ‌te‌ ‌molha,‌ ‌a‌ ‌vaidade.‌ ‌ É‌ ‌tão‌ ‌real‌ ‌a‌ ‌tua‌ ‌criação‌ ‌ Teu‌ ‌doce‌ ‌mundo‌ ‌de‌ ‌imaginação.‌ ‌ E‌ ‌dele‌ ‌faço‌ ‌parte‌ ‌com‌ ‌prazer‌ ‌ Se‌ ‌é‌ ‌feliz‌ ‌pra‌ ‌ti,‌ ‌assim‌ ‌vou‌ ‌ser.‌ ‌  ‌ I‌ ‌ Concebes‌ ‌como‌ ‌serva‌ ‌meus‌ ‌desejos‌ ‌ Mas‌ ‌invés‌ ‌de‌ ‌alegria‌ ‌eu‌ ‌só‌ ‌vejo‌ ‌ Uma‌ ‌intensa‌ ‌fuga‌ ‌e‌ ‌covardia.‌ ‌  ‌ II‌ ‌ Que‌ ‌seja‌ ‌eu‌ ‌c

Estrela de Cinco Pontas - I

I Venho como poeta amador Que não sabe tocar lira Que só sabe falar de amor E que vem tentando ser grande Porém pequeno é o seu valor Continuamente dividido Em busca de uma razão IV E aqui estou também A poeta desgraçada Que tenta se reerguer De uma vida degradada Que pra mim nunca foi nada. Poeta de alma sangrenta Mulher sofrível corpulenta Que respira o ar roxo E bebe da água seca Verde feito veneno V Oh Pai perdoe-o Ele não sabe o que faz Teve a alma límpida um dia Salve a alma que outrora era luz E hoje vive apenas no obscuro Lave-o com sua lágrima abençoada E faça dessa alma Uma alma perdoada. III Não há alma que se possa ser lavada Pois a água não toca o que não existe. Se há algo de fato apodrecido É o corpo real e palpável E que é deveras comestível. Ao invés de alma lave os ouvidos E escute a voz do profeta Que gasta sua garganta hipócrita Para acreditarmos no nada. II Eu apenas sigo a sua t

Surgem Cinco Novas Estrelas

Como posso ter tantas certezas de que eu sou eu mesmo? Eu poderia ser uma idéia perdida dentro do universo de alguém. Ou ainda, um sonho, um longo sonho que ainda não deixou de existir. E tamanho é o tempo de duração deste sonho, que eu ainda não pude perceber a diferença entre o real e o irreal. O que é o tempo dentro do plano imaterial do sonho? Esta coisa que medimos e a que chamamos de segundos, minutos e horas. O tempo sempre me preocupou. A falta ou o excesso dele. Muitos reclamam da falta de tempo, que para mim, hoje em dia, passa a soar como um medo de viver a vida sem colocar em prática os nossos idealismos. Oitenta por cento do que será produzido aqui é fruto de mentiras, histórias inventadas. Oitenta por Cento do que é escrito aqui, é escrito por Vinte Por Cento de Nós. O conteúdo aqui publicado pode ser verdadeiro ou não. Eu não mais falarei de opinião, nem de concepções, nem de idéias. O que estou prestes a fazer é apenas contar histórias, treinar histórias, fazer his