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Como a Lua se uniu ao Rio e Oceano para Sempre

Rainha das Icamiabas pelo rio se apaixonou Tentou tocar-lhe as faces mas os dedos lhe molhou Parou sobre uma pedra em esperança e pensou - Como pode a mão sólida ter para si todas as águas? O o coração pesado sentiu, sentiu que eram mágoas Jamais poderia ter para si o rio então? Pequenas lágrimas guerreiras caíram pelo chão E foram escorrendo numa incerta direção Chorou por tantos dias e tantas noites chorou Foi quando em estrelinhas ela foi se transformando Em como poeirinhas finas o vento foi levando O corpo da Rainha, junto aos céus, irradiando, Depois de tantas lágrimas sinceras derramando. Quem visse não acreditava naquilo que virou E lá em cima em forma linda e branca foi ficando Uma luz prata, tão forte e bela iluminando E sobre a superfície do rio estava mirando Rio e Lua correndo juntos e ao oceano. Foi assim que a natureza de maneira tão singela Uniu a Lua ao Rio, que para sempre era pra ela. De corpos sempre unidos descendo para o Mar

Andai-me Vida

Acordei cansado de querer ser subjetivo Por isso isto não passará de um poema Por isto eu faço aqui um desabafo Eu respiro em baixo e silvo agudamente Que a todas as idéias da cabeça eu uso repelente E uma vez que já tenho o meu motivo atônito Eu descortino minha angústia pelo meu olhar Oh povo meu ferido que pensa em melhora E fala com modéstia merolhar Mero olhar de esperança cansa o meu espírito Não muda-se o mudo que não aprende a falar Então esqueça-se o mundo decaindo-se em desastres O picadeiro da arrogância se arroja-se em constrates. Eles lá em cima De lá dos seus camarotes vermelhos Dos seus vermelhos e luxuosos camarotes Dos camarotes vermelhos e luxuosos aos nossos olhos, Eles riem de nós. Nós tentamos fazer cultura Eles riem de nós Nós tentamos definir cultura Eles riem de nós Eles riem dos nossos poetas Eles riem da nossa humilde música Das nossas casas Uma a uma como tijolos De uma grande e imponente fortaleza

Frase XV

Pois o dia em que meu amor acabar, eu vou querer me matar. Muita coisa no coração, nada na cabeça. Sem o meu amor (o meu!) eu não sou nada, eu não serei nada, eu não poderei ser nada.

XIV

Sem a concepção de ser quem eu sou eu ainda continuo existindo. Eu posso ser eu e mais outros tantos milhares dentro do corpo da minha própria solidão. Sofres de solidão? Pois eu sofro do mal de nunca poder estar sozinho e me obrigar a ser sempre a mesma pessoa.

A corredeira

Árvores, pedras, um rio correndo, um ruído que não dói os ouvidos e que nem fere a alma, um ar puro, uma cor verde, marrom e cinza. No céu, azul. Só. Isso é o bastante pra descrever o cenário. Não é bucolismo e nem romantismo. Trata-se daquilo que roubamos de nós mesmos. E quando foi que deixei de ser homem e virei máquina? Tudo na hora, tudo pra cima, tudo pra baixo. Hora pra sair, pra entrar, pra dormir e pra acordar. Hora pra se amar. Tem hora até pra sexo, pois quando vou a um bordel, eu pago e me dão uma hora pra sair dali rapidinho. A hora do rush e do fast. Faster and Deeper, mas não tão deeper porque é bordel, não psiquiatra. Faria uma amizade fácil, mas uma amizade financiada. Esquece-se de tudo na beira do rio. Ele corre e leva os pensamentos pra bem longe. Logo ali do lado um perfume estranho, outrora familiar. Ela sorri, olha pra dentro de si mesma, ou para o fundo da água, tentando se encontrar. Não há dor nem alegria, não há nada. Não há sequer u

O Homem Sentado no Chão

Camisa suada Calça suada Barba crescida Cabelo em tons de fedor Arbustos cresciam ao redor. Sem crepúsculo Ou aurora Sem Sol poente Ou nascente Apenas em si mesmo Tranquilo e presente.

Amálgama Gama

Faça uma pausa de um minuto Faça uma pausa de um minuto Faça uma pausa de um minuto Eu não te vejo Eu não te cheiro Eu não te vejo Eu não te tenho Eu tenho mil olhos Eu falo em mil vozes Exalo dez mil cheiros Eu sou tudo Eu sou nada Eu não sou ninguém Eu vejo mil olhos Eu ouço mil vozes Eu sinto mil cheiros Eu tenho tudo Não tenho nada Não tenho ninguém Faça uma pausa de um minuto Escute o som anacoluto Faça uma pausa de um minuto. Eu corro devagar E devagar eu sigo todo mundo E todo mundo vai E ninguém chega Nem chegar E ninguém chaga Ninguém jogar Faça uma pausa de um minuto Escute a voz do absoluto Faça uma pausa de um minuto Eu tenho mil olhos Eu tenho mil vozes Eu tenho mil cheiros Eu sou vítima do desejo Eu sou o crime do ensejo Eu não tenho nada Eu tenho tudo Eu desço o degrau Eu subo a escada. Eu paro e vejo a estrada E sigo. Eu sigo todo mundo Eu vejo todo mundo E não vejo ninguém Eu sou atravessado Pelo vassalo dos ol

Bolsa Tipicamente Feminina

Tirei da bolsa de menina Bolsa bolsa Tipicamente feminina Um quarto puro De Cilibrinas. Bolsa bolsa Tipicamente feminina. Bolsa escova Toalha molhada Cama malhada Suor do pescoço Com perfume de flores Bolsa bolsa Tipicamente feminina Bolsa independente Sem braço Sem fecho Sem corrente Bolsa livre e sorridente Bolsa de alegria, amor, paixão ardente. Bolsa bolsa Tipicamente feminina Tipicamente feminina Que precisa de amor E precisa de carinho Mas se o coração sente aperto Sente o grilhão Sente o sufoco O coração quer ser sozinho E livre segue o caminho Sem fecho Sem corrente De alegria, amor, paixão ardente. Bolsa bolsa Tipicamente Feminina Escolhe quando quer e quando vem Fica se quiser Cheira se quiser Cheiro de homem Cheiro de mulher Cheira como quer e quantos quer Bolsa sem flores Sem raízes Bolsa de mariposas Sem matizes Que na flor escrava pousa. Bolsa Sol Só cheia de carinho