Vou embora Sempre Vou embora Dói, passeia com angústia Sofre vai embora com resigno comedido Não traz o espelho Não traz o reflexo Vou embora Sôfrego, acaba Termina Deixa pra trás Subtraz Comedido, retido, contido Não tem mais Vou me embora Levarei de lembrança imagens Repetições frias, inexistentes Vou embora imagens Não minhas, nunca serão Vou-me embora doído Cansado, deixado pra traz Largarei a juventude Largarei o descanso e o cansaço Largarei a solidão e imensidão tardia O não passo, a não estadia voluntária dissoluta Levarei imagens da escuridão Feliz Quadro a quem não se diz Jamais Partirei Egoísmo para lá Sobras de eufemismos para cá Tudo doença sombria A escuridão me satisfaz Metade de mim escondida Numa saudade inconveniente Daquilo que não se faz Deixa vai, deixa pra trás Esconde debaixo do que Que visito no sono íntimo Profundo Onde reina temporária escuridão Caem preguiçosos, como a manta cascateada Brilha sob a luz, águas escur