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Carta Aberta a um certo Professor Japonês Indignado

Eu sou filho de nordestinos, paulista, mas me considero mais nordestino do que paulista, e é graças ao nosso jornalismo fajuto, que há mais de 14 anos envenena a cabeça dos seus cidadãos, parece que a minha descendência anda vindo com um certo falso DNA: sou petista, sou vagabundo, uso bolsa-família, roubamos o emprego de algum paulista aí. Não sou nada disso. Eu não sou um estereótipo. Você é de humanas, não deveria se basear em estereótipos, pelo contrário, sua licenciatura tão sofrida deveria ter te ensinado a ser um investigador incansável, e saber analisar caso a caso. Julgar as pessoas por um DNA pré-estabelecido é o que fazem os números, e isso apenas para o levantamento da estatística. Até mesmo uma pesquisa vox populi carrega mais humanidade do que essa verborragia grotesca e sórdida. Pois bem, a você que enche a boca para falar numa sala de aula, cheia de adolescentes em formação, todas as ilusões que você acredita serem verdades, que não passam de um alívio imediato

Astreia

Lembra de quando conheci E depois de algum tempo Te conheci Da primeira vez em que te vi Como se fosse a primeira vez em que te vi. Lembra dos dias de calor Do corpo suado sem se importar Lembra dos lençóis amarrotados Lembra de quando tudo era presente Sem ansiedade, sem preocupação Lembra da minha mão na sua mão Lembra da primeira porta que batemos De quando entre um e entre outro Havia uma janela aberta Lembra das noites descobertas Com o turbilhão no pensamento Da solidão, do tormento Lembra da música que dizia tudo Que era como um casamento Lembra do ruído incômodo da noite E de repente o som tornou-se mudo. Lembra do sorriso da manhã seguinte Do coração leve e perdoado Lembra do arrependimento Lembra quando notamos a primeira falha Quando a voz causava furor E quando despertava o amor Lembra quando quis acordar contigo E quando quis acordar sozinho E quando quis acordar comigo E não quis mais ser meu amigo. Quando fomos ao parque sorrindo

A Idéia

Efêmera como a respiração Cristalizamos o nada E por ele matamos e morremos Vivendo os mesmos dias de cada vez. Quando te disseram que eras único Mentiram para ti Não és único. E te disseram que voarias alto Mas não tens asas Nunca terás asas. E quando te disseram Sigas teu coração Seguiste, e viste que nada te aconteceu Pois é só um coração. É apenas sangue. E quando sangraste Disseram: sangra pelo que é sagrado! Mas tudo o que ficou foi dor e cicatriz. E tua platéia se foi sem apagar a luz O lixo ficou no chão para que tu apanhaste. Dali ninguém te comentou E ficou aquela emoção tardia de que talvez nada tenha mudado E não mudou. Tu não és a natureza que muda sem querer que mude. Nem o impávido que joga a pedra no mar E não se importa com o que transborda. Não é a natureza quando não sentes vontade Ou ao menos a natureza quando tua vontade É a vontade dos outros. E quando te disseram: a vida valeu apena! A vida não valeu a pena Foi apenas um bre

Daquele Artístico Cinismo Feminino

Se bem me lembro ele estava lá na dele, ruminando sua auto comiseração, atormentadamente em paz, se perguntando porque diabos ele estava naquela festa sendo que ele poderia estar se queixando de solidão sozinho, quando aquela garota super " cool" o tocou no ombro, e tinha uma voz típica de adolescente que acredita que tem o mundo em suas mãos: "e você não dança?". Nessas horas não ter o dom da clarividência é uma maldição. Um envolvimento romântico e ingênuo conduziu-o a vários dias de tormento desnecessário por estar acorrentao a uma ideia, não à realidade. Porque se a realidade pudesse tomar forma teria-lhe chutado nos escrotos e dito: "aparta-te deste diabo!" Confusão mental e mais auto depreciação foi o que ficou, e aí você teve de se reerguer sozinho, e eu aqui, vendo tudo repugnado e sentindo pena do seu comportamento patético. Mas ei, deixa isso pra lá, estou falando de outras pessoas e não quero ficar aqui dando motivos óbvios pra cha

Adeus recebido, agora me deixa ir.

Enquanto caminhava na minha estrada, não era uma adolescência tardia que eu buscava. Houve um momento em que a voz do menino se calou e passou a tentar parar de ter medo, porque todo mundo tem medo. Se não tenho psicólogos na vida, nem amigos, nem pessoas que possam estar dispostas a acompanhar a minha loucura, então de verdade, me deixa ir. Mas não me diga que não tentei, não me diga que não amei, que não me sacrifiquei, que não tentei crescer antes do tempo, que venci meus medos individuais, que superei barreiras, que passei noites em claro pensando pro bem e pro mal, que não me doei. Mas me doeu, e por isso é que fui. Porque chegou uma hora que minhas palavras eram tipo canto de pássaro. Algumas pessoas acham bonitas, outras pessoas acham incômodas, mas no fundo, ninguém entendia. Na tentativa de ser sozinho a dois, optei por ser sozinho sozinho. Uns tem medo de passar a vida achando que não aproveitaram o suficiente, outros tem medo de dividir sua vida com outras pessoas e

Il sistema educativo

Ingredienti: Arancia, Fragola, Latte, Arachidi, Fagioli, Patate dolci, Ribes, Broccoli, Lattuga. Preparazione: Masticare, spiedo e cuocere in forno. Solo risultato atteso e ha chiesto: Vitamina da Banana Questa è la nostra società pensare dell'educazione e della politica. =====================================================================/ Ingredientes: Laranja, Morango, Leite, Amendoim, Feijão, Batata Doce, Groselha, Brócolis, Alface. Preparo: Mastigue, cuspa e leve ao forno. Único resultado esperado e exigido: Vitamina de Banana Essa é a nossa sociedade pensando em educação e política.

Reorganização Escolar

Na boca do povo, todo mundo sabe que existe uma justificativa para a depredação do sistema educacional que, na minhas observações, já caiu por terra faz anos, de tão óbvia: "Os políticos não querem uma educação de qualidade porque é mais fácil de manipular a população." E essa frase, que poderia ser um símbolo de despertar da consciência, que eu já escutei em tantos lugares e vindo de tantas classes de pessoas e trabalhadores diferentes que já se tornou quase um provérbio, me faz pensar: se temos a consciência de que a educação é a chave para a não manipulação, porque nos deixamos manipular então? Se temos a consciência de que precisamos de uma educação de qualidade, então porque não vamos em busca dela? E digo isso tomando como ponto de partida a atitude mais simples de todas: estudar. Se sabemos que é necessária uma busca constante pelo conhecimento, então porque permanecemos inertes à vida, apenas recebendo o produto mal elaborado da indústria cultural, sem que po

Unbroken

Unbroken The girl The little princess, safe in her tower of love How many sets of ears does she glove? Her shilly-shally smile towards life But her own hero she carried off Cape flying, she sees, with the drift, The man she gazes, for all eternity, amazes. The man Impavid eyes chasing dreams beyound The horizon is just a line But what happens when the hero begans to fade while the human within starts to cave? The greatest mountain can be hollow inside And fall into dust when the earth shakes Even if the shake is a farewell look A stare of goodbye There is, for sometime No ground, no sky But even so, mountain born, mountain go by.

Flor Suicida

A casa era daquelas simples Nada de extraordinário nem memorável Não fica na memória, não fica na alma É vento, lixeira, folha no chão Um pedaço de papel amassado Nada que valha a pena comentar. Não se ouve por aí - E aí me deparei com aquela lata de sardinha. Não, a vida é mais memorável que isso: - E foi massa, foi da hora, foi incrível! Mas então... Tinha uma flor dentro de um vaso. E sou tão insensível e ignorante Que nem sei seu nome. Azaléia, Rosa, Cravo... era flor. E a cada dia que passava, Via que morria de vida Recebia água e luz do sol Sombra fresca e luz do sol A água fresca e luz, e sombra. Mas morria Sem entender De vida E morria mais E mais E mais Suas folhas iam murchando Suas flores iam perdendo a vontade de desabrochar Seus galhos perdiam a vontade de se levantar Até que morreu mesmo. Sem entender, retirei seu vaso e joguei fora Agora jaz um vazio Agora vaz, um jazigo Sem entender Não tem mais flor, só inconsciente.