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Mostrando postagens com o rótulo Poemas

The Song for the Rising Falcon

As soon as early you've spread your mighty wings And passionately you set the world on fire Your pointy feathers like a reliquary Let us all alone in this unspeakable ol'pyre. And as the widely opening of your eyes You carry your deeds inside yer big heart And flying through the fences of the wise You let us all in sadness, you depart. Though shine beyond where we not understand Behind will stay the angels that you've raised Those smiles, those myriad happy lands In memory of your love, you're honored, you're praised. ---------------------------------- In the loving memory of a person that was too passionate and too young to leave everyone behind. May your soul or spirit find peace. May your friends find comfort in the happy memories they have of you.

Nihilumbra

Ainda vivo pelo ódio Que eu sinto de você Porque esta vida é uma mentira Mas você é ainda mais. Cada vez que eu te vejo Uma parte de mim morre Já morreram tantas partes Que o que sobra é uma penumbra Nihilumbra amores vãos Não existe mais pulsar Nem pelo nobre sentir Do pobre coração O que sinto é a derradeira sede Temo saciar com um último gole E o que restar é só vazio Tédio e vazio Como queria que com trovejar Caísse em mim e me dividisse Com o raio da renovação. E nada mais temo. Não temo deitar em vã espera Tal a morfina da névoa da manhã Recita em silvos o sacrilégio Dos sussuros da aurora É só o crepúsculo das horas A falta de fome na fartura E o nado urgente em mar raso O vôo em salto de colchão Segue em corpo são Mas em espírito tardio Como se a tudo visse E a tudo cheirasse Já nem há mais o ódio A mágoa cavada em estaca A ressaca da conviva inesperada Ou mesmo a depressão O que há é pior que o morrer Em retrasada musculatura De esganar-se nas próprias mãos. O que há é ar sem

Insistência

Assim como o aleijado aprende A conviver sem o seu pé Consegui entender os caminhos Que exortam a minha fé Mesmo sem o seu mestre,  Descobre-se o aprendiz. Aprendi também a viver Sem o vício de ser feliz Na leitosa abóbada do cosmos Do ululo voo circulante Entendi que para ser-se vivo Vive-se em vacilo constante Igual ao ganancioso ardil Que a tudo rouba com a mão Arranquei de dentro de mim Os ócios vis do meu coração.

Senciente

Não há obstáculo entre o abismo e a luz Da necessidade de bater paus Ao infinito universo observável. Não há, porém, remédio ou consciência Que cure este abismo. Entre o vasto sentir E o animal racional Desobediente.

Lua Verde

Do vazio vem Ao vazio vai E o som silente de tudo o que se forma É o assobio do sábio alado O som chiante da espuma sob os pés cansados do viajante Ele marca atrás de si Suas pegadas na areia vacilante Mas seu peito não Seu peito é um universo flamejante Do vazio vem No seu invólucro preenche Com a luz que pode absorver Ao vazio vai Virar uma estrela cadente. Cortando o mistério do espaço Calando-se em cada néctar do tempo. A primeira palavra do universo Esta que esquecemos de dizer Razão do quanto esquecidos somos Sorve como a gota do deus da Lótus Quando em piedade, chorou E chorou até que os duros chãos do deserto Se fizessem florir com a riqueza de um mundo Que hoje fingimos conhecer. Palavras são tão leves como o ar. Só existem quando nos lembramos De que o ar precisamos respirar. Do vazio eu venho Ao vazio eu vou E no meio de tudo Apenas um vazio que sou. No céu em busca de conforto Avisto apenas uma lua verde.

Holding Up Meadow

Como guerreiros a vencer muralhas Ousou chamar de ser como o molde da cebola Como lanceiros a vencer portões Rol de alpes  a morte. Subimos na barca da vida Empreiteiro de castelos E depois, o recorte no paraíso Ruído na vista horizontal Um pôr do sol não tão distante E não tão tardio Mais cedo, mais pio. Dentro do leão Na casca do pão Mais forte na terra Mais leve na mão. Só que adiante  Às vezes pode não ser mais O castelo que me dou . Às vezes da nossa vontade A vida é um pouco prado Às vezes é deserto O pôr do sol é cedo É sempre mais aberto. No deserto O guerreiro não tem nome É cavalo esperto, ou cavaleiro.

Time

Time is a gift given and never returned Time is a curse stolen and never recurred I give you with my heart beats What I don't claim back. The time that your company feels in me And I greatly lack.

Gênesis

Meu Pai, Meu Divino Pai Tua autoridade Cuja retumbante voz No eco do meu coração Impera Erigiu em mim Nesta oca urna De pó e água Me falha Teu servo Confuso, quem, sou Parte em carne e sangue E etéreo ar da vida Teu ermo Rouba  o que a Ti pertence Só não a tira A vida Ela é Tua Ela é Minha Ela é de Quem Quiser Na subserviência Uma fenda aberta Não quebra a urna porosa Rachada pelo vil portento Diga-me o Que quer Deixai-Me só Sob Teu eterno alento. Meu Pai, Meu Divino Pai Entro em Tua Barca Carregado Até a Montanha Ermitão dos Gafanhotos Falando em Muitas Línguas Braços de Urso e de Mel Nas Cidade Luxuosas Tempestade de Fogo no Céu Tua vontade em mim Me dói Em Tua promessa Paciente aguardo Confio Meu Pai, meu Querido Pai. Estive Lá Estou Lá Estarei Lá Estarei sempre Aqui. Falo em Uma Língua Talvez A Mim Não Entenda Olhai para Mim Teu Povo meu Pai! Preencha de Pó Mas dai-Me a Água Em minha boca

Fala Certa

Quando viu um escolástico Que um homem camponês De corpo firme de elástico Que nunca havia visto antes Estava falando assim meio enfezado Deixando o cidadão matutado - Dos três quilos de tomates que colhi Sobraram-me apenas quinhentos gramas - disse o homem mal habituado. Deveras espantado, o acadêmico o julgou errado: - Pois não é assim a sua fala E nem tão certa da sua natureza. Fale errado que assim Se preserva a sua beleza Sua fala não se segue na escola não E sem a sua fala errada, não teremos motivo de argüição. O homem pouco atento percebeu Que ia sendo criticado. Não ficou triste nem feliz, - Ficou mudo - E ao homem de pompas lhe atirou Um olhar ignorado.

Impressionismo à Brasileira

Escapa da mão distraída o pincel Que borra escuro o restante do dia Na velocidade de um negro corcel. É o passo do sonho, rápido, incongruente Às vezes, cruel. Cruel como uma chuva de homens de fato. E dói  Como quem dói na solidão: Praça de alimentação do shopping center popular Copo de milk shake  da famosa franquia Muitas risadas debaixo dos guarda-sóis Qual o sentido de guarda-sol dentro do shopping? Nada faz sentido nessas risadas Toma o milk shake Deita o pincel. A noite vem comigo Nessa borra escura na bata preferida Enquanto a dança segue a vida pelas calçadas Uma nota soturna embala o coração. Do outro lado da rua Uma menina não vê, que com ternura, sorrio também Debaixo de um guarda-sol. Eu corto minha orelha se me reparasse É tudo pintura.

O Cacto

Este cacto Este cacto duro que aparece Toda vez que eu te abraçava Desgraça Este cacto que da sua boca Areia do deserto Este cacto sombrio Anarquista meia tigela Sentimento de amor banguela Este cacto que é indivisível Na revolução popular Não é rebelde nem militar É um cacto em seu devido lugar Nem mais pra frente Nem mais pra trás Nem cruzando a avenida  Pela tempestade Não tem bandeira não tem idade Este cacto aí sempre esteve Isento de solidariedade Este cacto do bem Da boa maldade Da mais pura imbecilidade.

Mindfulness de Botequim à Tarde

A voz que para dentro clama Aquela que todo mundo escuta Um som que se arde em chama Abre-se em fissura uma gruta E diz olhai o túnel interior Caminha pelo escuro, confia Segue lento no chão ardor Sente na pele o sussurro, espia. Arrasta pela negra galeria Este pé que pesa de insistência Não há nada lá, não há nada lá É a repetição dessa confidência. A quântica teoria nos diz Tem algo que no descontrole Teima em controlar Luz arde chama Alegria alegria E o Sol nas bancas de jornais Ninguém se lembra E nem sabe do Sol. Só do sangue E do pó que vieram estes homens imortais. Um homem dos informes, um jornaleiro Escuta moço, quanto custa o isqueiro? Leva aqui rapaz, não te esquece do cinzeiro. Fim do  almoço de arroz, feijão filé, Vai um café? Quanto foi? Perdeu de novo? Vai descer motorista Resmunga puto manobrista. Carta boleto ferro de passar jogo de botão De rosa caída escada vez que se sai Vá mais falo centro peça de teatro! No fim do túnel, u

Deimos

Meu amor, Quando eu fazia de mim um servo Era teu um severo amor. Queria ter te dado o mundo Ou um abraço, Mas só tinha eu. Beijei o rabo do Inferno. Consolo-me, beijei teus pés. Meu amor, a ti amei Como jamais amei Iavés. Quem vive o pânico O medo e o horror Te amei como jamais meu amor. Da lenda em teu labirinto Eu era o Dédalo e tu minha Perséfone. Sabia que era cera E me disse: voa, voa alto Meu amor me levaste ao céu e ao chão. E como a Sibila ergui a mão Dai-me seu amor, conforme os grãos de areia E deu-me só os grãos em que o fogo ateia. Amor, como te amei Mesmo com a mão em faca E a corda em mão. Amor como gritei teu nome em vão. Te amei Senhora da Guerra. Desço da portentosa casa divina Onde a consciência um dia mina. Morrer na imortal Terra

Atlas

Deixa essa bola rolar Será que existe chão no espaço? Cairía em velocidade gradual Mas com asas, Estas malditas asas, Desta imaginação cruel. Voaremos até o céu... Sem essa de asas de cera! Se eu ergo bolas de água ergo de fogo, Ergo Sou puro sonho incandescente Ser feliz na imunda solidão cretina Parece uma atitude indecente.

Elogio do Elogio

Envolto-me na insossa chama do sublime verso Insossa por presente mazela incompreendida Sublime pelo indigno empréstimo Desta ainda que tardia sublimação Não merecida, revogada ou incumbida Ausente de razão, clamo. Donde vem os seres sem estima? Onde estão os seres de virtude? Estão em si mesmos perdidos e iludidos Na conquista de uma perene fama? Retornamos aos tempos do frenético niilismo? Da estúpida e anônima culpa de Goethe Quando queda uma vida pela inútil ambição De ter gravado o seu nome Nos tortos e disformes corredores da história? Na notabilidade em que cada resto de alimento repara ter em si Um nome de importância. A virtude na virtude dos homens tortos. O panegírico do panegírico Inflamação de elogios e pleonasmos Chama que não queima Água que não sacia Paixão que não se agita. Dai-me a sutil beleza do silêncio Prometo que devolvo-te a maçã Ou o fruto do Éden Pois saber o que não se sabia Soube-se menos cada vez mais. Quanto mais se parece

Amor de Lama

Minha Josefa Que sempre que enche o copo de água O copo transborda. Água que é só pras crias Acaba que sobra pra gente Que gente? Toda gente. Meu José tapa copo com terra Mas tapa o copo mesmo assim, sem buraco. Que sempre que enche o copo de terra O copo transborda. Terra que era pra ser só pras crias Acaba que sobra pra gente. Que gente? Pra toda gente. Água de Zefa Terra de Zé Lama da gente Pra mais que gente.

We

We run as a river Feeding unaware the existences of nameless creatures Marging the limits of our lives And at some point We'll be torn apart I'll someday share part of your ocean Or you, part of my stream In any case We both know We both should know We Are We water

Sancta

Antes do amanhecer Te negarei três vezes Primeiro te direi: Agridoce? Aquele sabor com gosto ocre. Agridoce foi teu amor Numa era em que é tabu falar de amor Em tempos de guerra Guerra consigo mesmo. Debatendo em pimenta doce No vazio do seu peito sem calor. Adriana? Teu nome rima com doença Com doença bacteriana. Adoeci quando amamos você Adoeço cada dia um pouco menos Até que um dia, nesses encontros do acaso Lembra de mim? Quem? Matéria? Explosão? Estrela? Te negarei três vezes, ante o amanhecer. Amanhece, amanhã o mar Árido acena em acidez O sanctus mar morto Da falsa Ana.

37 minutos

Suas pontas geladas Seus dedos e a ponta do seu nariz Se aquecem da minha energia Contigo eu deito por horas a fio Como se não importasse mais o dia Contigo esqueço de mim Em pensamentos loucos desvarios Contigo quero abraçar o mundo sem poder Sem poder! Contigo volto a ser um refém de mim Dos meus sonhos frustrados Contigo pairo trágico em recuo fetal Contigo, paro Respiro em um pulmão reduzido a pó. Seus dedos não são mais gelados Seus dedos são quentes e sufocantes Perco o ar em soma vacilante Contigo mato os meus amores masoquistas. Contigo paro

Areia Água Amor

Queria que fosse palavra certa Encravada n'água. Antes de ter a cara dada por máscara Que não adjetiva que lha defina. Mas pedras, rochas, montanhas Toda forma um dia imponente Toda construção que assusta Um dia todas serão areias. O despertador pode despertar sempre no [mesmo número. Mas não na mesma hora. Dá-se a morte sempre eterna De um amor que vira ódio Pelo canto diferente de cada história Mas é só o amor mesmo que importa.