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Mostrando postagens com o rótulo Cartas Digitais

De Humano pra Humano

Sou egocêntrico, narcisista, niilista, e recentemente me descobri perplexamente individualista e indiferente. Não consigo sentir todas estas coisas sem aquele misto de culpa e liberdade, aquela sensação fresca na alma de que você não precisa responder a nada, ao mesmo tempo em que você se vê como ser inserido em sociedade e por causa disso responsável por tudo o que o cerca. Bem, essa é a condição de ser humano em um tempo em que estamos quase à beira da extinção de tudo. Nossa tradição está totalmente corrompida e talvez seja essa a maior de todas as crises que eu e todos os humanos estejamos vivendo, porque não sabemos pra onde seguir. Estávamos errados até pouco tempo atrás e agora estamos em busca de um desesperado motivo pra viver. Minhas palavras são só um fluxo de pensamento e não precisam estar coerentes ou conectadas, mas eu tenho educação amigo, então eu justifico dessa forma. Hoje cedo estava conversando com uma amiga sobre uma brincadeira de rede social, em que vocÊ

Lúmen

       Exceto pelas vezes em que desliguei as luzes de casa, fechei as janelas, adornei-me em fantasias e imaginações, eu nunca soube antes o que não era ser só. Mas sou completamente, e só, e plena, mas realizada.          Eu entro aqui no meu quarto, nessa luz, nesse etéreo, e quem vê, vê loucura, vê incoerência ou má função de personalidade. Eu vejo eu mesma, da forma como sou, ainda percebendo em tudo o que falta, aquilo que deveria ainda ser. Muitas coisas hão de vir.          E é tudo muito simples quando eu chego da escola, deixo meus materiais na mochila, sento no meu canto da imaginação e divago o possível impossível da minha cabeça. Sou uma feiticeira, uma elfa, uma maga, uma bruxa com poderes extraordinários e que me salvam dessa loucura toda.          Certa vez me deitei no travesseiro, no chão, olhei para o lado, debaixo da cama, encontrei uma floresta vasta, imensa, desmedida, detalhada, repleta. Música de flauta, tambores e cordas vinham até minha cabeça. Era um r

Recado para um Músico Indignado com a Copa

Ou: Por que a crítica cega vira discurso de (in)conveniência. Pra você aí que é músico e não compreende a paixão de um torcedor de futebol só posso dizer uma coisa: você é um tremendo de um hipócrita! Os mega eventos como Rock In Rio, Loollapalooza, SWU, Wacken Open Air, até mesmo o Live Aid, equivaleriam a todo o espetáculo que representa a Copa do Mundo, em todas as suas medidas. A Copa do Mundo, assim como os mega eventos musicais, são um misto de investimento privado dos patrocinadores e concessões e investimento público, no que diz respeito a iluminação, abastecimento de água, apropriação legal de terrenos, etc. Tanto quanto a Copa do Mundo, estes mega eventos cobram preços exorbitantes em seus ingressos, vendem por trás disso uma ideia ilusória de consciência social/ambiental/política, etc, para nos fazer pensar que estamos trazendo um mundo melhor, quando na verdade tudo o que você está pensando é em acariciar o seu narcisismo adolescente ao ver um ídolo, que na sua
Desperdício é a juventude que não sabe o poder que tem E tem como inimigos a própria incoerência da liberdade A própria falta de disposição de si E os excessos contra aquém Para provar a si mesmo Algo.

Xadrez

Já me habituei a escrever sobre coisas que só eu entendo. O mundo é a cada turno, mais e mais individual. Eu sou uma prova disso. Só escrevo coisas sobre mim. Andamos feito cegos em busca de uma visão, e como cegos, em busca de uma esperança. Cremos no companheirismo, e deixamos para lá os maus assuntos. As nossas idéias filtram os males do dia-a-dia, e nos impulsiona para o futuro. Temos um propósito, temos um motivo para viver. Porque Deus parece não querer nos dar este motivo. Ele está silencioso, cada vez mais inaudível e profundamente incompreendido. Não creio nas respostas, creio apenas na vida. Sinto-me cada vez mais só, em um tabuleiro de xadrez preto e branco, às vezes marrom. Tabuleiro de mármore, empoeirando. Sinto-me cada vez mais, uma simples peça de mármore.

“Não contendas com alguém sem razão, se te não tem feito mal”. (Pv. 3:30)

“Não contendas com alguém sem razão, se te não tem feito mal”. (Pv. 3:30) Mas para muitos evangélicos que conheci isso era uma desculpa para pairar na alienação e na preguiça de lutar pelo seu próximo. Quando me questionam porque abandonei completamente a religião eu deixo claro que me causa repulsa o individualismo e o consumismo do cristão, e mais me causa repulsa ainda a sua associação de benção com bens materiais. Mas nada disso me deixa mais decepcionado do que o fato de não assumirem tal comportamento. Se Jesus fosse realmente conhecido de alguns, seria odiado pela Igreja e seus fiéis seguidores (da Igreja, não de Jesus), pois ele lutou pelo que acreditava, até o fim. Não seria ele alguém que participou e causou muitas contendas com um fim? Existe uma censura silenciosa, agressiva e injusta pairando nas Igrejas cristãs, quando você, por mais jovem que seja, questiona alguma prática, é rotulado de pecador, e tão logo deve ser afastado por ser o "irmão que gera con

Brasil, um país de um mundo atrasado.

Durante toda a minha vida escurtei a frase: "O Brasil é um país atrasado". Vinha da boca dos mais velhos, obviamente; bancários, funcionários públicos, motoristas e cobradores de ônibus, dos pais, tios, padrinhos, amigos dos pais, taxistas, pedreiros, religiosos, enfim, este era o meu círculo social na época. Mas de todos estes, dos que mais ouvi vieram da boca dos meus professores, especialmente de geografia e história. Era um bombardeio diário à imaginação e auto-estima: "O Brasil é um país atrasado", e tão logo vinha a inevitável comparação com os ícones da economia da época: EuA, Japão, e uma parcela ínfima de países da península ibérica que todos teimam em chamar de Europa. "O Brasil é um país atrasado" sempre esteve em meu imaginário quando eu posso ver reflexos de avanço representados pelas mais finas e altas classes sociais, que desfrutam de parte disso, geralmente trazidos do exterior, repetindo gole a gole, de seja lá qual for a sua b
Quando eu era pequeno não achava justo meus bonecos não falarem. Eu sabia que eles não falavam, era bobagem eles não falarem. Mas eu tinha um boneco do Buzz Ligthyear, totalmente High Tech para a minha simplicidade. Ele era meu único amigo em casa. Conversando com ele uma vez me disseram: "Seu idiota, que coisa mais idiota brincando de conversar com os bonecos". Não era justo Deus, Jesus e todos os santos terem o direito de falarem, mas os meus bonecos não.

Raio-X Número 1: O meu direito de egocentrismo

Não tenho muitos amigos ou simpatizantes, e os poucos que tenho vejo com tão pouca frequência, mediados apenas pela rotina, pela irreparável e inescapável rotina. Sou um antipático nato. To dizendo isso não porque eu gosto de ser assim, mas porque essa condição me incomoda e eu tento contorná-la diariamente, muitas vezes sem sucesso, porque a visão primeira de todo mundo é pior do que religião fundamentalista. Mesmo que você fique nu diante de todos, elas não querem saber, você vai ser antipático. Você vai ser mais você mesmo pelo que os outros estão dizendo de você do que o que você diz de si mesmo. Essa é o meu maior obstáculo na hora de me relacionar.

Anestesia

Os pais da sociedade de consumo são os maiores detratores para a própria sociedade. Os pais como sempre foram os pais, não os pais de ontem, ou os de hoje, todos os pais que se acovardam e compram filhos ao invés de criá-los. Os pais deveriam ensinar aos seus filhos que a vida é difícil e um dia acaba, para sempre. Deveriam ensinar que  finalidade maior é viver duramente pela sobrevivência. Deveriam ensinar também que a vida não é uma festa interminável e repleta de sorrisos, a vida é difícil, muito difícil, e não importa o quanto você trabalhe, estude e sonhe, a vida sempre será difícil. Buscar a reflexão em função desta perspectiva fortaleceria o nosso espírito e amadureceria nossa alma, além de evoluirmos a nossa coexistência para a tão sonhada paz, apesar desta paz nunca ser possível de existir. O conflito humano é algo natural e que deve ser encarado desde cedo. Viver a vida em busca do eterno prazer é pairar na infantilidade da consciência, pois cedo ou tarde a realidade

O Problema das Ilusões humanas

Nada do que não é fruto da nossa escolha existe de verdade além daquilo que existe na nossa cabeça. Aquilo que você crê em demasia e busca como crença pessoal é crença pessoal  e nunca abandonará o campo da sua individualidade, que foi moldada ao longo do seu ser até este momento, e nunca deixará de ser, mesmo que outros acreditem junto com você. Sua liberdade, sua religião, seu complexo de superioridade ou inferioridade, sua crença no bem ou no mal, seu credo em achar que o mundo vai ruir ou melhorar, sua gratidão ou ingratidão em relação às coisas, sua justiça ou injustiça pessoais, seu pessimismo ou otimismo; nada disso vem de um mundo que conspira em favor ou contra a confirmação disso; é a nossa mente quem monta os quebra cabeças a fim de fazer valer as nossas ilusões. O problema é que fora delas um milhão de homens e mulheres estão sofrendo sem que a gente entenda de verdade.

Jesus não foi à Tenochtitlan!

Existe uma tendência recente que prega a ideia de se desprender da ilusão mundana e conectar-se à realidade, que acaba sendo ofuscada pelo excesso de informação, de marketing, o excesso de comercialização de produtos de necessidade duvidosa, ou também pela nossa visão de uma educação humana voltada unicamente para a produção, trabalho e consumo. Desvencilhar-se das ilusões (o que custou a Nietzsche a sua saúde e solidão) de certa forma traz um conforto e consola o espírito inquieto dos que não concordam com o meio social. Esta manhã estive caminhando no mercado e me assustei com o fato de já termos estandes dispondo as inúmeras variedades de ovos de chocolate para os feriados da Páscoa que virão em Abril. Se Jesus não conheceu os Mexicatls, ou Astecas, inventores do chocolate, então por isso, pra que diabos Ovos de Páscoa de Chocolate?. Nem gostaria de falar sobre a questão dos preços, mas é impossível não se deixar provocar e sentir repulsa do descaramento do comércio em cobrar R

Não ignore, transforme!

No mundo humano sempre existiram pessoas curiosas e com um impulso a compartilhar as suas curiosidades com os demais. Egocentrismo, preocupação com o futuro, auto-afirmação, amor ao próximo, chame do que quiser, mas estas pessoas existem. Antigamente (e eu falo de antigamente mesmo) imagino que se um homem não se dava com outro haveria duas opções: fugir dele para outro lugar ou matá-lo. Hoje em dia o planeta anda cheio, repleto de seres humanos, repleto de direitos humanos e repleto de regras morais e éticas chocando-se por aí tanto quanto há de estrelas explodindo no universo. O maior desafio da atualidade é coexistir e conviver. Discordar tornou-se algo tão leviano e trivial que perdemos a chance de aprender a melhor das capacidades humanas na aquisição do conhecimento de vida: absorver, extrair, abstrair, transformar e eliminar, para começar tudo de novo. Alguns param simplesmente no extrair da coisa, e se impacientam, esperam que a eliminação venha de fora, não de den

Cálice

Esta canção tem suas raízes históricas na repressão da ditadura em relação à liberdade de expressão, como muitos sabem, a proibição de poder manifestar o seu pensamento livremente. Penso que quando observo a sociedade atual, percebo que muitas coisas não mudaram, apenas foram mal disfarçadas. Fazem nosso povo acreditar em uma falsa autonomia de pensamento, e provavelmente a maioria não se sente reprimida porque sabe que pode dizer o que pensa, e por tal razão, muitos acreditam que a liberdade de expressão realmente acontece. Isso seria válido afirmar se o que a maioria da sociedade pensa e expressa fosse digno de atenção. É claro que o que se vê é unicamente a manifestação da futilidade, de observações pequenas a respeito de um cotidiano limitado e que só faz sentido para quem se manifesta. Além do que, parece completamente proibido alguém se levantar e tentar trazer clareza a algum assunto polêmico, os mesmos assuntos que são tratados com tão pouco caso e respeito nos meios de c

Feliz Meu Aniversário!

Hoje é meu aniversário de 26 anos! Por isso vou dizer a mim mesmo algumas palavras, para que eu não esqueça. Todos nós cometemos falhas, mas não é a maioria que tem a cara e coragem de assumir a isso. Ao mesmo tempo, todos tem medo de ouvir um pedido de perdão, porque querem um motivo orgulhoso para justificar a sua raiva. Esqueça isso, ok? A vida continua, o mundo é muito grande e você está vendo que é cheio de pessoas boas, que pensam diferente sim, que gostam de coisas diferentes, mas que são boas, porque é isso o que realmente importa. Não adianta arrumar mil e uma explicações para justificar meus desagrados em relação à vida, no fim, não passa de uma opinião pessoal. O que deve prevalecer sempre é o respeito e amor ao próximo. Acredite em si mesmo, goste de si mesmo, não deixe que ninguém jamais diga que você é menos do que você sabe que é. As pessoas ao seu redor são a prova de que você é tem um coração bom. Quem não compreende gentileza, honestidade, lealdade e cora

Do câncer da minha alma

Eu navego de foto em foto, de fato em fato, sedento por um espaço naquela brecha, naquele local. Deus do céu, quanto é preciso para que um homem enlouqueça de solidão ou de saudades? Ou como se chama mesmo aquele sentimento obscuro de uma saudade dos lugares que não estivemos. Fotos antigas dos amigos... não mesmo, elas estão todas presas na minha memória. Estas fotos senhores, elas não existem. Pouca diferença faz aquilo que pensamos, ou o que sentimos. Tanto faz os pensamentos profundos quando na verdade queremos só esquecer de todo esse lixo que é a vida. Voamos como urubus de podridão em podridão, é assim mesmo ciscando, nestes tempos de incertezas, procurando os nossos pedaços. Ah Deus, há quanto tempo abandonamos os aconchegos de nossos corações e caímos no conto mal falado das ilusões? Inteligência, beleza, carisma, tudo sem provas, para que precisamos delas? Eu só gostaria de saber o quanto alguém precisa de mim sem que eu precisasse provar a minha qualidade ou utilida

Bullying - Parte 2

Peço licença raros leitores, para ser ao mesmo tempo informal e adentrar neste assunto tão desagradável de novo. O meu relato não foi um desabafo com a capa de "eu sou a vítima do mundo". Acho que as pessoas não entenderam a minha intenção. Não tive idéia de por nomes numa lista negra esperando uma vingança que jamais aconteceria, por motivos extremamente lúcidos, entre eles: com a mentalidade de um adulto eu entendo que para muitas pessoas que presenciavam estas atitudes, tratava-se de inocentes brincadeiras de criança. Outro ponto a salientar é que naquela época, no Brasil, o bullying sequer era discutido. Enquanto no exterior este problema foi diagnosticado e muito pesquisado nos 70, no Brasil, só passamos a falar de Bullying em meados dos anos 90, ou seja, na minha época de escola isso ainda sequer era assunto para debates. E por fim, a questão que quero colocar aqui é: as marcas ficam, as pessoas não. Não me refiro àquele discurso comum do tipo: "não po

Para pepper dizem peperone, para saccos, dizem Sacconi

Sob influência do horror causado pelas redações dos candidatos, o analisador, preso num tempo psicológico de um passado distante, passou a refletir com uma angústia individual. Não eram de ameaças em caráter pessoal que sentia o horror, ainda porque, até segunda ordem, o analisador, por meios de manter a sua integridade física, intelectual, moral e (por que não?) política, era mantido no anonimato pela instituição empregadora do seu renomado cargo temporário de quem diz o certo e o errado das transcrições dos pensamentos. Repletas de idéias atravancadas, recheadas de bobagens e estapafúrdias construções gramaticais, incoerentes, como se fosse adentrar na mente insólita dessa geração perdida, era horror subsequente a horror, a saber, que o primeiro principal entrave para a compreensão estava na insistência do erro. A gramaticalidade estava condenada, pensou, temia pelo futuro do país, pensava nas crianças, nos seus filhos. Temeu ter filhos. Temeu até mesmo desposar uma merecida mulhe

Meus Bonecos Ainda Falam

Bullying, as marcas ficam.  Lembro que uma vez li esta frase e foi como me balançar da ponte, porque perdi um pouco a respiração e fiquei atônito. Puxa vida, era pra tanto? Pois é, todos os nossos erros do passado já tem seus devidos nomes hoje. Imagino quais nomes darão para aqueles que ainda estão por vir. Parece até um pouco de egoísmo e orgulho guardar por tanto tempo um monte de feridas e rancores, guardar nomes, rostos, imagens de momentos dolorosos do passado. Pois é, nós guardamos. Hoje sou professor, eu percebo no olhar aqueles que sofrem com este crime social. Crime, pois é o único nome que eu posso dar a esta hedionda atitude que passa despercebido pelos olhos de tantos adultos tolos. Desprezível. Compartilho com vocês, meus raros leitores, uma experiência pessoal, das várias que vivenciei e presenciei, relacionadas ao que hoje chamam de Bullying: Era o ano de 1999, eu estava na oitava série de uma escola chamada Escola São Vicente de Paulo, na região do Capã

Carta Aberta Ao Conservador

Não consigo entender de onde vem o ranço que a classe média sente por saber que há pessoas que recebem um benefício do governo, e que é por direito delas, algo que está, ainda que mal difundido, previsto na Constituição. Por vias de buscar este entendimento, escrevo-lhe uma carta aberta, querido conservador. Aqueles que são beneficiados pelas bolsas assistencialistas não são os ditos excessivamente pintados nas anti-propagandas da oposição, tipos que se beneficiam do dinheiro dos impostos, e que abusam por achar que não tem que trabalhar. Sim, há a realidade de pessoas que optam por viver apenas da bolsa do que de oportunidades de trabalho, mas para muita gente isso é uma coisa difícil de compreender. Para você, cidadão, que está privilegiado em um ambiente de trabalho confortável e recebe um salário que pode ao menos ostentar a sua futilidade, esta compreensão só será atingida quando a sua perspectiva se ampliar para além do refeitório da sua empresa e de seu restrito círculo de am