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Mostrando postagens com o rótulo Cartas Digitais

A você, pessoa importante da minha vida

Isso é para que você se lembre, no futuro, quando tudo estiver diferente de hoje. Você já viveu muitas transformações. A maior parte das suas experiências foram vividas dentro de você. Sim, nós sabemos que dentro de você existe uma espécie de vazio por você acreditar que nunca viveu a vida de forma apropriada, por achar que não tem lembranças ou memórias, ou até mesmo por se convencer de que não é feliz. Uma constante vida solitária o fez fugir para dentro de si mesmo, e tem medo de sair, tem medo de se expor e tem medo de se mostrar. Está se tornando rancoroso, amargo, por causa dessa prisão que você mesmo criou. Mas não veja isso como crítica. Talvez por essa razão seja tão centrado em si, e por isso tantas pessoas não conseguem entender a vastidão dos seus pensamentos. Não, isso não é arrogância, tão pouco petulância ou narcisismo. Isso é saber quem você é. Seus pensamentos são vastos e sua ação é lógica e coerente. Mas como todas as pessoas nesse mundo, você também se envo

Tropical

Entardeceu cedo esta noite, pois já ouço o sino das dezessete horas. É tarde demais, diria, pois já ouço o badalar dos sinos. Quem badala o sino? E a sina? É assim mesmo. Tem horas que a vida é feita de um monte de frases curtas. Deixa. Para. Olha. Só. Arre. Esquece... Essa coisa que aquece de vez em quando é verdade ou só brincadeira de ser feliz? É tipo um calorzinho assim no peito, mas esse calorzinho é esperança? Por que o amargo é tão certo? Por que o doce é vindo de um processo tão difícil e complicado? A natureza já nos apresenta isso, pois existem mais desertos quentes e frios do que florestas tropicais, mas a gente insiste em ganhar nosso lugar à sombra. Assim que souber da sina, assina embaixo e só espera o sino. Essa hora, tarde demais, parece que as coisas funcionam assim, com trocadilhos pobres, mas deixa. E se for só isso mesmo? Queria chegar no oitavo andar, mas e se nasci para o segundo, porque não hei de por a minha poltrona num lugar melhor onde bata luz, sol

Quem sou eu afinal?

Retirei este trecho do meu livro de fantasias favorito: Irmãos, não falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão fala contra a Lei e a julga. Quando você julga a Lei, não a está cumprindo, mas está agindo como juiz. Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo?  Tiago 4:11-12 Pois bem, quem sou eu? Direi, peço licença a vossa divindade, porque eu estou aqui neste lugar que mais parece um circo de horrores do que uma obra divina. Eu posso dizer que não gosto da maior parte das pessoas que já conheci, mas eu posso dizer também com quase absoluta certeza o quanto eu desprezo pessoas religiosas, especialmente os cristãos. Cristãos são a nata da hipocrisia na sociedade, sem contar o cinismo, a falsidade intelectual e a cretinice de comportamento. Certa vez um cristão sente os desejos que um ser humano normal sente, de desfrutar do que o próprio mundo oferece, coisas que o se

Mendigo

Alguém me atire na cabeça, exploda meus miolos, de repente a dor passa. Essa dor de um desejo que não pode ser saciado, porque eu sou um ser de componente pobre, e tudo o que minha vida se resume é a isto, uma série de desejos, um empilhado de desejos, pra me disparar algumas substâncias químicas em meu cérebro e criar-me a ilusão de que eu não sou um miserável solitário que daqui não levara nada, a não ser uma dor sem sentido na hora da morte. Alguém por favor acabe logo com isso, já que eu não posso causar a fatalidade em mim mesmo para não trazer uma tristeza incompreendida às pessoas que são egoístas demais pra entender o que eu carrego aqui dentro. Enquanto desfrutam da minha máscara, eu estou aqui preso em mim mesmo, encarcerado nessa falta de vontade de me superar, porque eu estou cansado. Cheguei num ponto onde não sinto mais expansão, sinto um tédio da estagnação da vida. Nada cresce, nada diminui, nada vai para lugar algum, e isso está acabando comigo aos poucos. O paras

Aquele velho tédio que me diverte

Eis o porque eu gosto tanto de você, embora não pareça, porque não é do meu feitio: você nunca está satisfeito, e isso é ótimo. Existe sempre esse tormento impregnado na sua mente, às vezes com a coisa mais estúpida e irrelevante. Isso é um deleite, acredite. Mas eu odeio meu melhor amigo... Porque ele é fraco. Vive em negação da realidade, o que me diverte, claro, mas comumente eu me impaciento, e de tanto já dizer, opto por calar-me. Já pensei no quanto me aborrece que as pessoas acreditem ser verdade a própria negação dela, enquanto ser verdade é ir desesperadamente em busca de uma vida que nega tudo aquilo que realmente precisamos. Essa imaginação confluente sempre nos faz pensar que somos mais do que somos, mas no fim das contas, no auge da nossa solidão depressiva, entendemos realmente que tudo o que fizemos até este raro momento de lucidez, não passou de uma mera fantasia para não nos entregarmos de verdade à cruel realidade: estamos aqui para nada apenas. E com

Sangra

Acho que tem alguém me olhando por aquela janela. Shh escuta. Nossa, escutar o que? Ele não tá nem fazendo barulho... É que as coisas vem me deixando assim mesmo, desorientada. Já ouviu da última? Que quem comete a gafe é que demanda piedade e exige perdão? O perdão agora é assim, saldo, liquidado, sem luto e sem nada. Que se exploda sua alma que sangra, se é sangue de dor, de hímen, de menstruação, daquele arranhão nas costas daquela noite... Se é feito direito é amor, mas se não, é açoite, ainda que seja, é sangue. Como saber distinguir? Cospe e bate na minha cara igual uma... Essa carapuça que não me serve mais, porque na boa, cansei de dar. Andei dando pra caramba por aí, dei mais que prostituta desesperada, mas cadê os meus trocados? Já viu prostituta depois do sexo, fingindo que é feliz, forçando pra ser sua amiga? Sou eu. Mas eu sei que quando você paga, veste a roupa e sai fora, você só vira olha: que gostosa, mas é puta. Todos somos, mas uns lucram mais do q

Verborragia Curativa

Por que às vezes sinto tanto ódio das coisas e a serenidade me cansa? Eu já nem ligo mais pra esse desespero patético das nações em se acabarem em guerra em prol do controle mundial. Existe uma força muito potente em mim que mesmo que me corpo esteja escravizado, o que não é muito diferente da minha condição atual, minha mente nunca deixará de ser livre. A maior evidência que me dou é não temer nenhum tipo de crueldade humana. Que seja, façam-me sofrer por não aceitar seus esquemas sujos, por não seguir suas ideias podres ou sua religião morta, eu realmente não dou a mínima. E não, não é a postura de um mártir, é a visão de alguém que repudia essa classe de seres vivos que se intitula o topo da cadeia alimentar. Mantenho-me vivo porque gosto de mim e gosto do que sou. A minha diversão é desprezar essa corja. Não me importo em ser arrogante, não me importo se essa intelectualidade pareça falsa, não ligo para seja lá qual for a sua análise psicológica perante o meu comportamento
A santa paciência da vida. Esta paciência que em tudo a gente espera, e nada acontece. Grudaram o meu cérebro no teto de uma Igreja Basílica, daquelas altas, em que nos sentimos um grande nada. As coisas simplesmente pararam de fazer sentido, e agora, com pessoas tentando nos trazer de volta ao limiar da ignorância, com um negacionismo da fatídica falta de sentido da vida, isso me cansa ainda mais. Parece que me querem fazer crer que as coisas que eu sei, eu soube erradas, essa atitude fajuta de reescrever a história apenas para comprovar que o que já foi comprovado não pode de fato ser comprovado se for fruto de uma história inventada. Mas como fazer para superar toda essa questão, toda essa problemática? É como se eu visse além da nuvem e pensasse: ok, aqui é fresco, mas o que vem depois? O querer depois, essa insistência da vida. Santa paciência enquanto eu vivo nessa impotência servil da minha condição limitada. Mesmo que algumas pessoas não tenham ciência disso, d

A Versão Mais Perfeita de Si Mesmo?

Você é a versão mais perfeita de si mesmo. Essa frase tacanha e clichê apareceu na minha cabeça hoje, e me pôs a pensar, como tudo o que me põe a pensar. Estamos sempre buscando algo fora, nunca dentro. Buscamos a Deus, a um amigo, um amor, uma vida nova, novos ares, paisagens e cheiros diferentes, gostos diferentes, sabores diferentes... chamam isso de vida, ou de viver. Isso se mescla à vontades momentâneas até o momento que torna-se completamente compatível com a nossa capacidade de adaptação ao ambiente, até que sintamos a necessidade de fazer algo novo. Mas mesmo assim, temos medo. Temos medo do amor. Temos medo do ódio. Temos medo do novo. Temos medo do velho. Temos medo da vida. Temos medo da morte. Temos medo da alegria. Temos medo da tristeza. Temos medo da raiva e do perdão. Temos medo do outro e temos medo de nós mesmos. Temos medo de tentar e também de ficar parado. Temos medo de mover as coisas do lugar ou de deixar tudo como estava antes. Temos medo de ficar
Quantos de nós jazem mundo afora sonhando com a vida que gostariam de ter? Imagino um coração angustiado sofrendo em silêncio em um ambiente escuro, fechado, desejando ser reconhecido por algo que não tem forças para por para fora. Nós sempre temos a tendência de pensar que somos únicos. Mas por um raro momento de empatia humana, eu apenas gostaria de pensar que há mais de nós do que eu imaginaria. Esses sonhadores com uma vida menos difícil e escravocrata. Para algumas pessoas, estas infectadas por essa ilusão de progresso, parece inaceitável, até mesmo imoral e escapista, desejar que todos nós humanos tenhamos uma vida mais tranquila e fácil. Que os nossos objetivos não sejam medidos a ganhos ou desejos efêmeros que nos fazem esquecer de nós mesmos. Eu queria saber mais sobre quem eu sou e o que vim fazer aqui, se isso fosse possível, afinal, a vida é minha não é mesmo? E de repente parece imoral que eu deseje isso a mim mesma. Encontro a luz constantemente em profun

A Falácia do "Mimimi": O mimimi de todas as falácias

Eu não tenho smartphone, não uso facebook, não tenho twitter, não tenho conta no Youtube, odeio youtubers, odeio gente famosa de internet, e de um modo geral, tenho odiado a internet também, embora eu a use pra me expressar. A maior argumentação sobre quem adere a estas coisas é a de que precisa se socializar. E a maior argumentação contra quem não as adere é a de ser um homem das cavernas, e variantes disso. Chamem-me do que quiserem, troglodita, vive na era da pedra, vive na era medieval, enclausurado, recluso, excluído, vive na bolha, etc, etc. A minha autoestima não se mede pela opinião dos outros sobre mim, porque se eu pudesse falar abertamente o que penso da maioria das pessoas que conheço eu estaria preso ou já teria sido assassinado com requintes de crueldade. Agora eu começo a identificar, apenas por hobby, a geração patética que se alastra diante dos meus cansados olhos. Antigamente era um desafio poder descobrir a idiotice estagnada na cara das pessoas. Mas a human

Verdades não doem, mau caratismo sim!

Eu só peço licença para ser um idiota quando minha inteligência é insultada. To caminhando pela internet quando num texto que começa com "O difícil de ser feminista, é que de repente a gente percebe que homem dá nojo." Até aí tudo bem. Mas depois de ler e reler e reler, porque eu me dou a esse trabalho até mesmo pelos textos pequenos, eu percebo que o texto não é para abordar uma verdade universal, e sim pra falar das dores de uma mulher mal amada. "A verdade dói, mas é melhor uma verdade que doa do que uma mentira que oprima." Não consigo pensar em nada mais senso comum do que essa frase. A verdade doer é a desculpa para os covardes não abraçá-la completamente. A verdade não dói, liberta. O que dói é a distorção da verdade para conquistar objetivos individuais e mesquinhos. Queria eu que a verdade fosse um deus e pudesse condenar a todos aqueles que fazem uso do seu santo nome em vão apenas para criar uma frase de efeito, um impacto impressionável, uma

A Luz da Montanha

"Eu não vou solucionar a situação de vida dessas crianças, eu não sou governo. Eu adoraria mudar esse bairro, essa situação, mas eu não posso resolver o problema deles sozinho, estou aqui pra contar histórias, levá-los pro mundo de faz de contas e tirá-los um pouco da sua realidade dura" - Professor Jairo Esta é uma citação que veio após o professor compartilhar um pouco da sua experiência de Contador de Histórias em um projeto Nossa Senhora de Caropita com crianças carentes. Isso me faz pensar do quanto estamos infelizes com a nossa condição social e tendemos a projetar essa insatisfação no indivíduo, nos esquecendo dos principais culpados, os desgraçados que estão no governo. Essa divisão ideológica que assola as nossas mentes é o principal alimento desses abutres que nos bicam nas costas quando não estamos percebendo. Como professor, eu repenso a minha função. Repensar é fácil, o desafio é vivê-la. Sou professor, não sou a solução. Minha função é, quan

Amigos para Sempre: A mentira da geração Coca Cola

Eu não sei nem por onde começar. Não falo por todos, falo apenas por mim, pela minha experiência, e isso aqui não é uma fórmula ou uma receita de bolo, portanto não me siga, apenas leia, se quiser. Minha vida foi sempre vítima do idealismo televisivo. Acho que todas as nossas foram. Nosso comportamento foi condicionado, dia após dia, a ser de modo x, isso não é novidade para ninguém. Qualquer pessoa adulta com um mínimo de consciência sabe disso, e também não vejo problema algum nisso. Já vi pessoas com mais de 25 anos que brigam e perdem a cabeça porque o mundo não entra nos trilhos do seu trem individual (eu mesmo já fui um deles, até bem irritante), mas isso é puro narcisismo, escapismo, negação da realidade. A vida é o que é, ponto final. Você pode me dizer: mas não podemos nos conformar. Esta resposta messiânica de que temos que mudar tudo o que nos incomoda é o que realmente mais me deixa transtornado. Porque honestamente eu gostaria apenas de ser e só. Só ser, simpl

A Internet aproxima as pessoas? Ou um desabafo de uma pessoa que não aguenta mais de tanta solidão.

Eu sou um grande crítico de iniciar postagens com interrogações, porque isso passa a impressão de que eu não tenho certeza do que estou dizendo, mas para o caso a seguir, isso faz jus ao que eu quero dizer. Não tem jeito, mas nós, jovens dos anos 80 e 90, que passamos boa parte de nossas vidas sem ter noção de que era possível um futuro em que as relações humanas interagiriam por intermédio de computadores, é difícil ainda aceitar um fato: vivemos a era online e isso não vai deixar de ser parte do cotidiano humano tão cedo. E por anos a fio eu tenho escutado a premissa do porquê a internet é algo positivo para nós: ela aproxima as pessoas. Mais especificamente, as redes sociais, e-mails, canais de streaming, tudo nos dá a ilusão de que o nosso amigo que mora em outro continente está logo ali do nosso lado. Agora vamos falar um pouco sobre o que é estar perto. Estar perto no que diz respeito a termos acessos a fotografias selecionadas ou pensamentos recortados de um dia

Carta Aberta a um certo Professor Japonês Indignado

Eu sou filho de nordestinos, paulista, mas me considero mais nordestino do que paulista, e é graças ao nosso jornalismo fajuto, que há mais de 14 anos envenena a cabeça dos seus cidadãos, parece que a minha descendência anda vindo com um certo falso DNA: sou petista, sou vagabundo, uso bolsa-família, roubamos o emprego de algum paulista aí. Não sou nada disso. Eu não sou um estereótipo. Você é de humanas, não deveria se basear em estereótipos, pelo contrário, sua licenciatura tão sofrida deveria ter te ensinado a ser um investigador incansável, e saber analisar caso a caso. Julgar as pessoas por um DNA pré-estabelecido é o que fazem os números, e isso apenas para o levantamento da estatística. Até mesmo uma pesquisa vox populi carrega mais humanidade do que essa verborragia grotesca e sórdida. Pois bem, a você que enche a boca para falar numa sala de aula, cheia de adolescentes em formação, todas as ilusões que você acredita serem verdades, que não passam de um alívio imediato

Daquele Artístico Cinismo Feminino

Se bem me lembro ele estava lá na dele, ruminando sua auto comiseração, atormentadamente em paz, se perguntando porque diabos ele estava naquela festa sendo que ele poderia estar se queixando de solidão sozinho, quando aquela garota super " cool" o tocou no ombro, e tinha uma voz típica de adolescente que acredita que tem o mundo em suas mãos: "e você não dança?". Nessas horas não ter o dom da clarividência é uma maldição. Um envolvimento romântico e ingênuo conduziu-o a vários dias de tormento desnecessário por estar acorrentao a uma ideia, não à realidade. Porque se a realidade pudesse tomar forma teria-lhe chutado nos escrotos e dito: "aparta-te deste diabo!" Confusão mental e mais auto depreciação foi o que ficou, e aí você teve de se reerguer sozinho, e eu aqui, vendo tudo repugnado e sentindo pena do seu comportamento patético. Mas ei, deixa isso pra lá, estou falando de outras pessoas e não quero ficar aqui dando motivos óbvios pra cha

Adeus recebido, agora me deixa ir.

Enquanto caminhava na minha estrada, não era uma adolescência tardia que eu buscava. Houve um momento em que a voz do menino se calou e passou a tentar parar de ter medo, porque todo mundo tem medo. Se não tenho psicólogos na vida, nem amigos, nem pessoas que possam estar dispostas a acompanhar a minha loucura, então de verdade, me deixa ir. Mas não me diga que não tentei, não me diga que não amei, que não me sacrifiquei, que não tentei crescer antes do tempo, que venci meus medos individuais, que superei barreiras, que passei noites em claro pensando pro bem e pro mal, que não me doei. Mas me doeu, e por isso é que fui. Porque chegou uma hora que minhas palavras eram tipo canto de pássaro. Algumas pessoas acham bonitas, outras pessoas acham incômodas, mas no fundo, ninguém entendia. Na tentativa de ser sozinho a dois, optei por ser sozinho sozinho. Uns tem medo de passar a vida achando que não aproveitaram o suficiente, outros tem medo de dividir sua vida com outras pessoas e

Entrevista comigo mesmo

Entrevista comigo mesmo no show de TV 'O Eu Narcisista e Egocêntrico' O que eu penso da sociedade? A sociedade é ingênua, mal intencionada e carente. Somos ingênuos em depositar a nossa esperança em falsos idealismos, num mundo onde não haja pobreza nem violência, mas nossa má intenção está em justamente não encarar como justiça a divisão dos parcos recursos que nos sobram, aí imprimimos nossas ideologias instântaneas e mal elaboradas. Temos essa inconstância depravada, uma ideia senil não mais à beira da falência, falida. A sociedade é carente por essa necessidade doentia de se expressar o tempo inteiro, mesmo sem ter algo a dizer de verdade. É um vício, quase uma doença mental. A sociedade quer liberdade, mas se incomoda com quem é livre. Com quem é livre mesmo, extrapolando, aquele livre que é tão livre a ponto de não condizer com nada que você considere como um ser humano aceitável. Um livre tipo o cara que transa com tudo o que se mexe, não toma banho todo
Ser uma pessoa amarga e infeliz não significa necessariamente eternidade. O idealismo da vida moderna: fuja da tristeza e agarre a felicidade. Ambas são coisas efêmeras e em nada tem a ver com aquilo que é muito mais importante que as duas: o equilíbrio interior. O problema da escrita, ou da palavra, é que ela fica. Se você se despedir com sorriso ou com lágrimas, é a última imagem que vai ficar, tudo porque temos preguiça de pensar um pouco além, tudo porque o que mais vale é a impressão que causam em nós, e não a impressão que poderíamos ter deixado no outro. Ter senso crítico e ser amargo não tem relação alguma e nunca teve. Mas ter senso crítico e sentir amargor pelo que te despertou a realidade é só um sinal de que você é humano, e de que você sente dor. Isso é um sinal ainda mais positivo, o de que você tem empatia e sofre porque o seu semelhante também sofre (até certo ponto). Ou isso pode ser um indício também de que na verdade o seu senso crítico está todo distorc